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Após a assinatura do contrato para a construção do primeiro satélite angolano de observação da terra, o ANGEO-1, entre o Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTICS) e a Airbus Defence and Space, em Março de 2023, a parte francesa confirmou nesta quarta-feira (3), durante a conferência New Space Africa, que a fabricação do satélite deverá começar já neste ano.
De acordo com o director de Vantagens Tecnológicas da França, Bruno Parent, o início da construção do ANGEO-1 “depende muito da parte angolana”, mas adianta que deverá começar já neste ano e “poderá durar três a quatro anos”.
“Uma parte muito importante deste contrato é que ele inclui a formação de técnicos do GGPEN (Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional), vários modelos de formação para a operação do satélite e também para o uso das imagens de satélite”, acrescentou, citado pela RNA.
Para o ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira, o ANGEO-1 constitui mais uma ferramenta para os objectivos espaciais de Angola.
“A França manifestou aqui um aspecto muito importante: uma parceria. Neste aspecto, foi muito focada a questão da formação. Quando estamos a falar de formação, estamos a falar em transferência de know how, e quando falamos em transferência de know how estamos a falar no desenvolvimento da indústria espacial que, no caso em concreto, nós estamos já a desenvolver com a França”, disse.
O ANGEO-1 permitirá o desenvolvimento de aplicações e soluções para estimar a produtividade agrícola, o monitoramento da desflorestação, a monitorização de obras de construção, bem como a monitorização e a detecção de navios e derrames de petróleo.
Espera-se que com a sua entrada em funcionamento, o primeiro satélite angolano de observação da terra possa contribuir para o desenvolvimento das infra-estruturas, mapeamento de recursos naturais, vigilância marítima, incluindo a pesca, agricultura e o censo populacional.