Economia digital

BCE anuncia criação do euro digital

Para marcar a celebração do 25º aniversário da instituição, o Banco Central Europeu (BCE) apresentou nesta quarta-feira (24) o seu projecto de criação do euro digital, uma versão electrónica da moeda física actualmente em uso no bloco, que surge não para substituir a versão em papel mas para responder à crescente procura de pagamentos virtuais seguros e fiáveis, bem como garantir a estabilidade dos sistemas de pagamentos e monetários no velho continente.

“Juntamente com o BCE, estamos a trabalhar numa versão digital do euro para complementar as nossas notas e moedas de confiança. Nunca nos esquecemos de quem é suposto servir: os nossos cidadãos. É a confiança dos cidadãos e das empresas que o euro digital precisa de conquistar. Imbuída deste espírito, a Comissão apresentará em breve uma proposta de quadro jurídico para a moeda digital europeia,” declarou a Presidente da Comissão Europeia, Ursula do von der Leyen.

O anúncio precede a apresentação de uma proposta de lei sobre o euro digital pela Comissão Executiva da União Europeia, que deverá ocorrer já nas próximas semanas, segundo fontes ligadas à Comissão. É também esperada uma proposta detalhada sobre a implementação do projecto em Outubro próximo, período em que termina o processo de investigação sobre a viabilidade do euro digital, iniciado pelo BCE em Outubro de 2021.

Segundo a presidente do BCE, Christine Lagarde, o euro digital deverá, entre outras questões, assegurar a autonomia e a resiliência da Europa quanto aos sistemas que movimentam o dinheiro dos consumidores para os comerciantes através dos bancos e dos prestadores de serviços de pagamento. Além disso, continua, poderá ajudar as pessoas que não têm contas bancárias, permitindo-lhes guardar dinheiro nos telemóveis.

Mas, em que medida o euro digital melhoraria o que já está disponível para os consumidores?

A pergunta foi feita pela Associated Press ao chefe do Blockchain Center da Frankfurt School of Finance & Management, Philipp Sandner, que disse o seguinte:

“Ninguém é capaz de responder a essa pergunta, nem mesmo o BCE. Como utilizador, pergunto-me: qual é o benefício, por que precisamos doutra solução? O Apple Pay, por exemplo, permite que as pessoas comprem o seu café matinal – e qualquer outra coisa – tocando duas vezes nos seus telemóveis, uma experiência perfeita que o euro digital teria que igualar,” disse o responsável, destacando que o euro digital “tem que ser pelo menos tão bom quanto o Apple Pay e a Mastercard, o que é difícil, senão as pessoas não o vão utilizar”.

Por seu lado, a Federação Bancária Europeia apoia a autonomia de pagamento citada por Christine Lagarde, observando, contudo, que o euro digital por si só não conseguiria tal feito sem que bancos e empresas de serviços de pagamento criassem novas e melhores maneiras de lidar com os pagamentos.

“Um euro digital de varejo, sobretudo se não for capaz de oferecer um valor agregado concreto em comparação com os pagamentos electrónicos existentes, não é uma ferramenta apropriada ou suficiente para atingir todas as metas propostas,” disse o grupo citado pela AP.

 

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