Na feira de engenharias e tecnologias realizada pelo Instituto Superior Politécnico de Tecnologias e Ciências (ISPTEC), em alusão ao 4 de Março, estiveram vários projectos liderados por mulheres, o que confirma que, de facto, as mulheres estão activas na área das engenharias, apesar dos percalços que muitas vezes enfrentam devido aos condicionalismos que a realidade do país impõe.
Um desses projectos é a Sociedade de Mulheres de Engenharias e Tecnologias (SMET), uma associação sem fins lucrativos que procura empoderar e potencializar as mulheres nas áreas de engenharias e tecnologias a fim de se firmarem nestes sectores.
A SMET, de acordo com a sua Directora Geral, Ariane Lusadisu Nhany, trabalha tanto com as profissionais quanto com as acadêmicas do sector, para potencializar as engenheiras ou futuras engenheiras a se firmarem no sector, através do método de representatividade.
Para tal, a SMET conta com o apoio de vários membros, que actuam em diversas empresas e plataformas de destaque, para a realização de palestras, mentorias, encontros e workshops de modo a ajudar as mulheres, sejam elas estudantes ou profissionais da área, a crescerem nas engenharias.
Os membros da associação, segundo Ariane Lusadisu Nhany, que falava em exclusivo ao Portal de T.I, contribuem também com publicações de artigos e livros sobre o sector a partir das suas áreas de actuação, isto é, acadêmica ou profissional. Entre os artigos, destacam-se os voltados à produção de combustíveis amigos do ambiente como é o caso do bioetanol obtido através do amido da mandioca.
Sobre a presença das mulheres engenheiras nas suas áreas de formação
Outra questão que tem merecido a atenção da SMET é a empregabilidade das mulheres nas engenharias. De acordo com a Directora Geral da SMET, a associação tem, através dos seus parceiros, ajudado a aproximar as suas associadas ao mercado de emprego, baseando-se no desempenho acadêmico destas.
Quanto a fraca presença das mulheres engenheiras nas suas áreas de formação, Ariane Lusadisu Nhany observou que o que motiva as mulheres formadas nas engenharias a exercerem funções noutras áreas é a própria situação do país e não tanto o facto de serem mulheres.
“Nós temos hoje um país com um baixo índice de industrialização e as áreas de engenharias, ciências e tecnologias são áreas de campo. Com pouca industrialização, também teremos poucas mulheres a trabalharem nessas áreas”, disse a Directora.
O país pode ter várias engenheiras químicas, “mas se não tivermos indústrias de petroquímica, de processamento e laboratórios, teremos sempre engenheiras químicas no olho da rua”, acrescentou. Para a responsável, a solução passa pelo desenvolvimento e industrialização do país, o que permitirá às mulheres uma maior presença profissional na área.
Sob o lema inspirar, empoderar e inovar surgiu a SMET em 2019 e a associação conta já com mais de 100 membros actualmente, incluindo empresas, e 7 colaboradores. A associação conta igualmente com vários parceiros, dentre os quais a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
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