Conversas 4.0: O papel do ecossistema de startups na diversificação da economia

Decorreu nesta terça-feira(29), na plataforma ZOOM e em simultâneo na conta do Facebook do Africa Tech 21, o live do programa conversas 4.0, que analisou o papel do ecossistema de startups na diversificação da economia. O live contou com a moderação de Kiesse Canito e com os seguintes convidados: Haymée Cogle, Lider Local do Founder Intitute, Vanda Oliveira, Co-founder da Bantu Makers, Morato Custódio, Business Developer, José Carlos CEO da Acelera Angola e Armando Mualumene, Gestor de Projectos para empreendedores e inovação.

Os intervenientes analisaram o ecossistema das startups no contexto actual, o seu papel na diversificação económica e as soluções que poderão ser desenvolvidas com vista a resolver os diversos problemas que o país enfrenta.

Com os olhos postos na inovação, Vanda de Oliveira referiu que é importante estimular e promover um outro tipo de instituição, que possa agregar valores para além do que algumas universidades fazem, criando centros de formações especificas que tem a ver com o desenvolvimento para as competências dos séc. XXI.

Uma outra componente bastante importante no ecossistema das startups, segundo ela, é o acesso ao financiamento, que não deve ser feito por meio da banca, mas sim por dos Business Angels, subvenções públicas ou privadas, firmas de financiamento de capitais de riscos e só depois entram os bancos.

Armando Mualumene defendeu que é necessário existir a educação dos próprios empreendedores, que muitos deles não sabem o modelo ideal a utilizar, tendo avançado que o principal é a educação dos investidores. “Existem poucos investidores em África e particularmente em Angola que querem se educar sobre o ecossistema”, disse ele que se mostrou céptico quanto a existência de um verdadeiro ecossistema no país.

“E quando não há educação, o que acontece é que os investidores disponibilizam o financiamento, e logo depois querem o retorno ao fim de alguns dias e ainda assim querendo mais de 70% das acções”, acrescentou.

O CEO da Acelera Angola, José Carlos, proferiu que existe sim o ecossistema de startups em Angola, embora ela esteja ainda concentrada na capital do país. “Já temos o ecossistema, basta olharmos para os pilares, elas já existem”, afirmou.

Questionados sobre como as startups podem gerar soluções não convencionais para as áreas de saúde e educação, Haymée Cogle afirmou que deve-se fazer um reset, começando pela descentralização, criando uma outra maneira para aproximar as soluções dos problemas.

“Nós não podemos querer resolver os problemas que temos hoje  com as mesmas soluções do passado. Para a resolução dos problemas do futuro, temos de pensar diferente”, disse.

Falando sobre uma perspectiva mais abrangente e direcionada, apresentando números e perspectivas, Morato Custódio referiu que não tem como neste momento, em um país como Angola, empregar os cerca de 4 milhões e 700 mil pessoas desempregadas, baseando-se em contratação convencional.

“A inovação, o ecossistema de empreendedores, as startups e todas as pessoas que participam nesta nova era de Angola, é de facto, não só uma opção como também a única alternativa que o país tem para resolver o problema que afecta os cerca de 4 milhões e 700 mil desempregados”, disse Morato.

Realçou ainda que o crescimento populacional de Angola tem que ser analisada nesta perspectiva. Resolvendo com base na inovação, apostando numa economia descentralizada, inclusiva, aonde busca-se soluções inovadoras baseadas em modelos de gestão com baixo custo de investimento para poder resolver problemas da educação, saúde e promover o auto-emprego para que as pessoas possam se auto-sustentar.

Em jeito de conclusão e com vista a apontar soluções, Armando referiu que deve-se encarar a diversificação como um processo, sabendo que o melhor mecanismo para trazer a sustentabilidade é o empreendedorismo. Por outro lado, Vanda Oliveira disse que, uma das soluções passa por repensar o modelo de desenvolvimento, partindo para o desenvolvimento mais pragmático e menos ideológico.

O referido live, é uma extensão do habitual programa conversas 4.0, que acontece todas as terça-feira na Rádio Luanda Antena Comercial (LAC), das 10 as 11 horas.

 
 

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