A transformação digital é um assunto actual e a necessidade desta transformação na sociedade moderna é quase consensual entre os governos e as empresas do sector privado. Entretanto, se por um lado há um quase consenso na sua adopção, o mesmo não verifica quando o assunto é segurança da informação.
A segurança da informação na transformação digital, foi, aliás, um dos temas debatidos no Angola Digital Forum, evento realizado na última semana pelo Portal de T.I e a MwangoBrain e que abordou o panorama da transformação digital em Angola.
Os participantes do painel, Andrea Moreno, Adilson Morgado, Felipe Retke e Hélder João, foram quase unánimes nas suas respostas à pergunta sobre a existência ou não de um entusiasmo na adopção da segurança no processo de transformação digital.
Da esquerda à direita: Joaquim Cassicato, moderador, Adilson Morgado, Andrea Moreno, Felipe Retke e Hélder João – Créditos: D.R
Segundo Andrea Moreno, não existe formação, informação nem investimento para assegurar a segurança da informação na tranformação digital.
“Todo mundo fala de digitalizar, de passar para o online, de fazer as transacções via internet, criar sites e serviços, mas quando se fala de cyber security, encriptação de dados e tratamento de dados, os conceitos de confidencialidade, disponibilidade e de integridade de dados parece que não interessam às organizações”, disse.
Adilson Morgado e Felipe Retke defenderam igualmente a inexistência desta preocupação por parte das organizações, com o primeiro a referir que tal deve-se ao facto dos investidores se focarem no retorno e por considerarem a cibersegurança como custo invés de investimento. Para Felipe Retke, houve um aumento de conversas e debates sobre cibersegurança em Angola, no entanto fala-se muito sobre o assunto e age-se pouco.
Hélder João, por seu lado, disse ser normal que se verifiquem alguns problemas de segurança, uma vez que estamos no início do processo da revolução digital.
“Em qualquer revolução o início é sempre muito conturbado. É normal, no início, termos esses problemas de não se pensar muito em segurança, o importante é, daqui para frente, nós começarmos a olhar para os desenvolvimentos com segurança desde o início”, observou.
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