As guerras sempre foram motivos de grandes descobertas tecnólgicas que de certa forma beneficiam a sociedade até hoje. O campo da criptografia moderna por exemplo, teve o seu melhor momento no auge da guerra fria, com a criação secreta da Nacional Security Agency – NSA, fundada pelo presidente Truman no primeiro minuto do dia 4 de novembro de 1952, e tornando-se, por longos anos, no maior Centro de Inteligência Militar do mundo, por conta do seu supercomputador TRANSLTR que tinha a capacidade, na época, de decifrar uma chave de 64 caracteres em pouco menos de 11 minutos (cerca de um milhão de vezes mais rápido do que os seus antecessores).
Durante a guerra fria, a NSA era, como descrveu Dan Brown, autor do celebre livro Fortaleza Digital, o “Palácio dos Quebra-Cabeças” e o mais silencioso backstage que já existiu.
Ao contrário do que sempre aconteceu, na Guerra Rússia/Ucrânia (GRU), o “bastidor” tem sido mais barulhento que o campo de batalha propriamente. Com a expansão da internet, que também é um produto resultante de uma guerra, tem se mobilizado “soldados” (como os Anonymous, o grupo de ucranianos e descendentes que actuam em Silicon Valley, as gigantes tecnológicas e outros) treinados para actuarem de uma forma não convencional, atacando e boicotando plataformas que garantem o suporte do avanço das tropas (russas) em campos de batalha.
E para garantir ainda mais o apoio dos vários “soldados” da comunidade “GRU open source”, altos membros do governo, reconhecendo as vantagens do uso das plataformas digitais, usam esses meios nas Frentes de Batalhas para veicularem informações que rapidamente criam comoção global. Para além do presidente Volodymyr Zelensky, que tem se mostrado muito hábil em matéria de mídias sociais, o seu jovem ministro para a Transformação Digital e responsável pela sua campanha nas presidenciais, Mykhailo Fedorov – agora apelidado como ministro da “guerra digital”, tem pressionado várias empresas do sector tecnológico no sentido de boicotarem a Rússia e mobilizando hackers a partirem para o ataque. Uma das mais notáveis aceitação do referido apelo foi quando Elon Musk moveu satélites para beneficiar a Ucrânia.
Apesar de não ter produzido até ao momento, uma fórmula que venha ser a base de uma solução tecnológica futurista, a GRU tem se mostrado uma guerra “open source” do campo digital, onde várias comunidades reivindicam ataques e discutem formas de outras mais sofisticadas. O golpe letal que a Rússia sofreu até ao momento, é sem dúvida a sua expulsão da Sociedade Global para Pagamentos Interbancários – Swift. E se a Rússia conseguir “driblar” essa situação sem recorrer à um sistema semelhante já existente, aí sim pode se esperar uma descoberta tecnológica que poderá beneficiar a sociedade seja lá por qual custo for.
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