Empresários defendem o desenvolvimento da indústria tecnológica no país

Produção e distribuição de telemóveis – desafios e oportunidades, foi o tema abordado na manhã desta terça-feira (26), no programa Conversas 4.0, que trouxe à mesa o director geral da LPE, Morato Custódio e o director do grupo TGI, Hélder Kiala.

Com um debate voltado à realidade angolana, e o surgir de distribuidoras que trabalham afincadamente na produção e uma melhor posição de telemóveis de selo nacional, que possam competir com marcas internacionais, bastante seguidas pelos usuários, o debate girou em torno da criação de políticas de valorização de produtos feitos em Angola.

Questionado por Edilson Almeida se é possível prosperar com a distribuição e renda de telemóveis, tendo em conta a recessão económica, Morato Custódio defendeu que, “a economia digital e o comércio electrónico são os responsáveis pelas oportunidades de emprego e combate à pobreza nos dias actuais, logo, é hora de massificar o uso dos telemóveis inteligentes, para permitir que cada angolano com um smartphone na mão, transforme-se num potencial gerador de renda e contribuinte fiscal”.

“Existe aqui uma vantagem de poder dominar os processos de controlo de qualidade, o que é muito difícil de lidar com fornecedores a partir da China ou do Ocidente. Estando em Angola, as operadoras podem estar próximas dos produtores nacionais”, apontou o business developer, que em termos de comercialização de aparelhos electrónicos aprendeu três pilares: qualidade, disponibilidade e preço. “Lá fora, as pessoas olham primeiro pela qualidade, disponibilidade e depois o preço. Mas baseando-se na nossa situação macroeconómica, os pilares invertem-se”, disse.

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“Primeiro vem o preço (quanto custa), pois as pessoas precisam saber se têm condições para pagar. Segundo, a disponibilidade (onde está disponível) e o terceiro é a qualidade – onde as pessoas não olham por isso (que é um ponto muito interessante).

No ponto de vista de Hélder Kiala, a maioria da população angolana não está preocupada com as marcas, mas sim, por algo que funciona, que tenha alguma qualidade e que esteja próximo aos smartphones modernos. Mas no final do dia, querem algo que funciona e com um preço muito acessível.

Neste momento, um dos grandes desafios que temos, devido a pandemia, são os vários clientes que existiam no mercado e que acabaram por reformular o seus próprios modelos de negócio. Hoje, o que é feito cá “versus” o que é feito no estrangeiro, tem efectivamente um impacto. E isto acaba por ser um dos grandes desafios, porque para se conseguir vender tem de se posicionar o mais forte possível no mercado”, frisou o director do grupo TGI.

Hélder Kiala referiu que o consumidor angolano é bastante exigente, só não tem o poder de compra para um bom telemóvel. As fábricas e as distribuidoras olharam para este factor e trouxeram aparelhos com componentes que apresentam bastante qualidade e que não devem muito à outras geografias.

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Nos últimos minutos, o debate girou em torno das dificuldades que as distribuidoras de marca nacional enfrentam diante dos contrabandos de telemóveis face ao mercado e a oferta.

“É extremamente difícil montar telemóveis em Angola com componentes importados e competir com comerciantes que vão à China e levam contentores à paises vizinhos, para depois entrar em Angola à contrabando, e se calhar nem pagam impostos”, destacou Morato Custódio, que pede uma melhor estratégia estatal para o desenvolvimento dos fornecedores angolanos, que distribuem as caixas de cartões, plásticos, capas e placas.

Para Hélder Kiala, é importante criar políticas para que empresas consigam ter o incentivo de fabricar e se tornar competitivo, para depois regular em questão de preços.

“Qualquer ajuda é sempre bem-vinda por parte das instituições, e esperamos que isto aconteça. O cliente quando vai à loja, ninguém pode obrigá-lo a comprar uma marca angolana, ele compra o que achar melhor para si. Apesar de um produto nacional oferecer 12 meses de garantia, o cliente vai pela crença e o que lhe interessa é o preço mais baixo apesar da pouca garantia”, apontou o responsável.

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O programa Conversas 4.0 decorre todas as terças-feiras, das 10 as 11 horas, com a moderação de Edilson Almeida.

 

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