Engenheiro angolano cria padrão de transmissão de TV Digital

O angolano Mário Lisboa da Silva, formado em Engenheira de Telecomunicações pelo Instituto Superior de Tecnologias de Informação e Comunicação – ISUTIC, desenvolveu um sistema de transmissão de TV Digital, denominado DSVB.

Mário Silva revelou que o projecto pode ser usado pelo Ministério das Telecomunicações, Tecnologia de Informação e Comunicação Social (MINTTICS), para revolucionar a Televisão Pública de Angola (TPA).  “Apesar de o país pretender adoptar o padrão Japonês (ISDB), temos a possibilidade de criarmos nosso próprio sistema, tal como os demais países fizeram”, disse.

Segundo o seu criador, o sistema DSVB tem por base três formas de transmissão: por satélite (DSVB-S), por cabo (DSVB-C) e de forma terrestre (DSVB-T), transmitindo conteúdos de vídeo, áudio e dados, de uma forma que ninguém nunca “tivesse imaginado”.

“É uma descoberta que pode estar a altura ou mesmo superar as anteriores, em robustez, em eficiência, e capacidade de transmissão. Apesar de servir para transmissão de TV Digital, o sistema não é necessariamente exclusivo para TV Digital, sendo na realidade um sistema de transporte de dados de alta velocidade com erros extremamente reduzidos e totalmente transparente em relação ao tipo de conteúdos. Este sistema é ainda mais útil, para as operadoras de TV por assinatura enviarem seus conteúdos aos consumidores, facilitando a entrega directa sem interceptação” – Mário Silva.

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Mário Silva revelou ainda que tecnicamente, o sistema funciona a partir do processo de digitalização de áudio e de vídeo, que por meio de algoritmos MPEG que comprimem o sinal e o liberam para o multiplexador. Para além do áudio e vídeo, algumas informações complementares são multiplexadas às informações comprimidas de áudio e vídeo para formar um feixe digital, que entra no modulador que é constituído basicamente por blocos de robustez às interferências, e efectua a modulação da portadora ou portadoras, e transporta o sinal modulado para a Frequência Intermediária (FI), ocupando um canal de banda.

Para o funcionamento do sistema, disse o Mário Silva, é necessário que as emissoras de televisão e os consumidores tenham os equipamentos apropriados para transmitir e receber os sinais. Os usuários, para acessarem ao conteúdo digital, precisam ter uma TV Digital, ou adquirir um conversor ou receptor digital compatível ao sistema.

Questionado pelo Portal de T.I sobre o que precisa para colocar o sistema em funcionamento, Mário Silva advogou que a falta de investimentos dificulta o andamento do projecto, tendo especificado que os investimentos seriam direccionados para o fabrico de equipamentos como antenas, transmissores, receptores digitais (Televisores e Decodificadores) e outros equipamentos.

Angola começou os estudos para a adopção da televisão digital em 2016, no quadro das recomendações da União Internacional das Telecomunicações (UIT) para que todos os países membros fizessem esta transição no sentido  de trazer a possibilidade de  surgimento de mais operadoras.

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