Lupossa André é um inventor de 27 anos que está a surpreender os angolanos ao apresentar o seu robô capaz de medir a temperatura humana, disponibilizar álcool gel e detectar se alguém está ou não a usar a máscara facial.
Licenciado em Electrónica Industrial pela faculdade de Cape Península University of Techonology da África do Sul, o jovem engenheiro criou o robô com a finalidade de ajudar no combate contra a expansão da covid-19 no país, em substituição da presença humana na execução de trabalhos para detectar e tratar pacientes infectados.
Em entrevista ao Jornal O País, Lupossa André conta que o robô é constituído por um corpo de plástico, dois braços, uma cabeça com sensor para detectar presença humana, câmara e quatro rodas em cada perna para se locomover. O robô foi produzido com base em algumas características humanas, e é capaz de fazer perguntas como “Você esteve fora do país nos últimos três meses ou entrou em contacto com alguém que pegou o coronavírus?”.
A máquina pode funcionar com recurso a energia eléctrica, bateria ou qualquer outra fonte de energia alternativa e pode ser conectado a um computador, smartphone, tablet ou base de dados para envio de informações.
Com o custo de criação avaliado em 500 mil kwanzas, a máquina começou a ser desenvolvida em 2020, estando agora apta para aparições públicas e no futuro buscar patrocinadores que possam ajudar no seu aperfeiçoamento.
“O cérebro da máquina pode ser ainda utilizado nas câmaras colocadas na via pública controladas pelo CISP, para detectar o cidadão que faz ou não o uso da máscara facial em plena via pública”, salientou o jovem, que em Angola estudou até o segundo ano do curso de Electrotecnia na Universidade Agostinho Neto e fez o ensino médio de Electrónica Industrial e Automação, no Instituto Médio Industrial de Luanda.
Em solo sul-africano, Lupossa André deseja dar continuidade aos estudos, neste caso fazer o mestrado, mas por conta da Covid-19 encontra-se retido em Angola onde aproveitou o tempo para criar a sua máquina.
O robô fala o português do Brasil, porque a programação ou os sistemas são brasileiros, já que o nosso país ainda não produz muita matéria-prima.
Dada a habilidade de aprendizado, o jovem inventor está a fazer contactos com uma senhora para, nos próximos tempos, ensinar a máquina a falar as línguas nacionais.
“A criação do robô também evita a que mais cidadãos fiquem expostos ao vírus, uma vez que é a máquina que fica exposta e não um ser humano (segurança), que muitas vezes tem famílias para sustentar. Outra questão é que, em instituições com muito fluxo de gente, os seguranças que desempenham este papel atingiriam desgaste físico e mental”, realçou Lupossa, que continua a dar melhorias no robô e já pensa em fazer uma segunda versão, mais actualizada, com uma estrutura mais humana.
A princípio, o robô ainda não tem um nome, mas pretende patenteá-lo com o nome de uma província, ainda a definir.