Investimentos em startups nacionais passam pela organização do seu ecossistema

Escalabilidade das startups nacionais passa pela organização do seu ecossistema

Reagindo aos dados divulgados pela “Africa: The Big Deal”, sobre os principais mercados africanos de startups, onde surge a Nigéria, o Egipto, o Quénia, a África do Sul e o Gana como os cinco primeiros em investimentos no continente, os intervenientes da Comunidade do Portal de T.I, no WhatsApp, iniciaram uma discussão para analisar a constante ausência de Angola nestas estatísticas.

O CEO do Portal de T.I, Seidou Ndolumingo, fez a questão inicial (porque é que as startups angolanas não aparecem nas estatísticas de investimentos?), à qual o Desenvolvedor de Software e também Real State Developer, Gil Júnior, respondeu apresentando a regulamentação e o ambiente de negócios no país como algumas das principais razões dessa realidade.

“Em Angola não temos ainda uma estrutura judicial para garantir um ambiente de negócios que garanta o cumprimento dos contratos e assim incentive o investimento em startups. Sem contar com outros factores socioeconómicos”, disse.

Entretanto, para o consultor em sistemas, tecnologias de informação e cibersegurança, Ivo Martins, “o ambiente de negócios na Nigéria é parecido ao de Angola, se calhar até mais desafiante em muitos casos”, disse, observando, entretanto, que “a Nigéria tem um PIB de cerca de $404B e cerca de 202 milhões de habitantes”, um dos principais diferenciais entre os dois países. Ivo Martins considera que neste assunto, Angola precisa de mais histórias de sucesso, principalmente em fintechs, pois, enfatiza, é para lá que a maioria dos investimentos vão.

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Ao longo da conversa, Gil Júnior levantou um outro ponto de análise referente à necessidade de se organizar o sector das startups no país, o que envolve regulamentação e uma tomada de consciência do mercado sobre o assunto. Esta é uma visão partilhada pelo Engenheiro Informático João Nzango, que defende que “devemos organizar o ecossistema de startups, dar voz ao talento e não aprisioná-lo”.

Sobre este ponto, o CEO da Sócia, Augusto Firmino, sublinhou que é preciso entender o capital e como ele funciona, pois o fundador tem paixão e trabalha para aumentar a produtividade da empresa e o VC almeja lucros, mas nem sempre “estas coisas andam juntas”. Esta é, aliás, uma perspetiva também partilhada por Ivo Martins, para quem “é tudo um jogo de números e boas apostas nas ideias/fundadores certos, no mercado certo e na altura certa”.

Na sua segunda intervenção, Seidou Ndolumingo apresentou a sua visão sobre o actual cenário das startups, tendo, à semelhança dos outros intervenientes, sublinhado a importância da organização do ecossistema das startups no país.

“O ecossistema de startups precisa se organizar. Penso que só depois disso é que poderá tornar-se relevante e influenciar a criação dos regulamentos”, disse. Ao que Gil Júnior reforçou com apelos mais detalhados:

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“Nós, intervenientes do mercado, precisamos criar uma organização voltada a disseminação de detalhes relacionados a isso, algum regulador, nosso e independente, que define o que é uma startup, que documentos precisa para agir no nosso mercado, que certificações precisa para cada ramo em que vai actuar, que impostos pagar, mostrarmos as startups já certificadas e mostrarmos a mão de obra certificada para o mercado.” Essa organização,

Estas são, de acordo com Gil Júnior, algumas das questões que, “entre outros detalhes” serviriam para iniciar o processo de organização do ecossistema e dar início à pressão regulatória para todo o mercado.

 

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