Intervindo no painel subordinado ao tema “A Banca e a Estratégia de Cibersegurança”, no evento Cybersecur Summit 2022, o especialista em cibersegurança, Hélder João, chamou atenção para a necessidade das instituições bancárias angolanas adoptarem melhores metodologias e estratégias de comunicação para com os seus clientes, quando se trata de consciencializá-los sobre ataques cibernéticos, especialmente os ataques do tipo phishing.
“Quando se verifica que o nível de dependência tecnológica [nos clientes] é tão grande, as instituições bancárias têm que adoptar metodologias diferentes de comunicação referentes ao phishing. Não posso simplesmente publicar no meu site e redes sociais sobre o phishing, tenho que chegar ao nível de comunicação do meu cliente, porque muitas vezes o meu cliente é básico”.
Para o especialista em cibersegurança, as instituições bancárias pecam na comunicação deste assunto aos clientes por recorrerem às mesmas vias de comunicação utilizadas pelos hackers. “O banco não pode comunicar com o cliente na mesma via de comunicação que o meliante utiliza, via mensagem. Porque, se o infractor envia mensagens na mesma via de comunicação que o banco, como é que saberei qual é a mensagem verídica?”, questiona.
Créditos: Kinfumu Gaspar
Hélder João reconhece que as instituições bancárias têm feito, a nível interno, o seu trabalho de comunicação. Mas, a nível externo, observa, precisam melhorar a comunicação com os seus clientes.
“[…] As instituições bancárias em parte têm culpa, porque a maneira de comunicação com os seus clientes não está a ser eficaz. O phishing existe porque é mais fácil atacar o utilizador do que a instituição, ou seja, as entidades bancárias realmente têm feito o seu trabalho internamente, mas externamente têm que melhorar o modo de comunicação com os seus clientes”, vincou.
O Cybersecur Summit é um evento promovido pelo Portal de T.I e CyberSecur que visa promover a abordagem crítica sobre segurança cibernética e partilhar conhecimento sobre perícia digital, segurança cibernética e sobre os crimes informáticos à luz do novo código penal angolano. Esta segunda edição, realizado de 8 a 9 de Novembro de 2022, contou com mais de 20 oradores e diversos expositores nacionais e estrangeiros ao longo dos dois dias programados para este que é já o maior evento de cibersegurança em Angola.
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