O lixo espacial representa uma séria ameaça às operações de toda a indústria espacial mundial. De acordo com a ONU, o número de objectos descartados no espaço cresceu linearmente para quase 8 mil toneladas desde 1957. Com vista a melhorar o quadro e inverter esta tendência, Makaya Dyambuila e Francisco França, ambos estudantes do Instituto Superior de Tecnologia de Informação e Comunicação (INSTIC), projectaram um sistema de monitoramento de lixo espacial e asteroides para evitar possíveis incidentes.
“Criamos um satélite com a missão permanente de verificar e detectar objectos espaciais, notificando a estação em terra com dados sobre a distância a que tais objectos se encontram do nosso planeta, bem como informar o grau da ameaça. O satélite estará em uma órbita elíptica solsíncrona, órbita alta, para poder monitorar igualmente os asteroides que estejam a caminho da terra”, explicou a equipa ao Portal de T.I.
O protótipo criado tem a estrutura de um satélite com mão robótica, a qual ajudaria no afastamento de objectos espaciais por meio do processo de imãntação, que basicamente consiste em magnetizar corpos não magnéticos, mesmo sem tocar, para atraí-los para fora das suas rotas ou posições.
Protótipo do sistema de monitoramento de lixo espacial – Créditos: D.R
A criação de um projecto nesta área, revela a equipa, deveu-se ao facto do tema em si ser pouco explorado tanto pela academia quanto pela indústria espacial global. De acordo com a equipa, a NASA é das poucas que tem desenvolvido projectos neste sentido, contudo a sua abordagem contra os asteroides parece não ser a mais adequada, considerando as consequências.
“A NASA tem testado e trabalhado no monitoramento de asteróides que possam representar uma ameaça à terra, enviando satélites para colidir com os asteróides de modo a desviar a sua trajectória. Mas, essa abordagem pode aumentar a quantidade de lixo no espaço, tendo em conta que o impacto resulta em mais fragmentos. Por isso, pretendemos adoptar o processo de imãntação,” explica a equipa, observando, entretanto, que a intervenção do sistema só seria accionada caso os dados de monitorização indicassem que o objecto representa algum perigo para a terra.
A equipa observa que o projecto encontra-se em fase de desenvolvimento e, considerando que o actual protótipo foi criado apenas com materiais adaptados, a equipa estuda agora os tipos de equipamentos mais adequados para dar prosseguimento ao projecto no espaço.
“Gostaríamos de ter um laboratório para poder realizar mais experimentos. Sabemos que o processo pode ser aplicado no espaço, falta-nos apenas identificar os materiais que o façam realmente funcionar no espaço. Para as nossas necessidades actuais, encontrar esses materiais e ter à disposição um laboratório de testes com gravidade zero ajudaria bastante”, afirma a equipa.
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