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Chama-se Umoja (unidade, em Swahili) e será o primeiro cabo submarino de fibra óptica a ligar directamente África à Austrália. A sua missão, segundo a Google Cloud, é aumentar o alcance e a fiabilidade da conectividade digital dos países africanos entre si e com o resto do mundo.
“Estabelecer uma nova rota distinta das rotas de conectividade existentes é fundamental para manter uma rede resiliente para uma região que historicamente sofreu interrupções de alto impacto”, refere a Google Cloud.
O Umoja estará ancorado no Quénia e passará por Uganda, Ruanda, República Democrática do Congo, Zâmbia, Zimbábue e África do Sul, incluindo a primeira região de nuvem da Google em África, que fica em Joanesburgo. Da África do Sul, o cabo seguirá para o Oceano Índico até Perth, na Austrália.
Segundo a Google Cloud, a rota terrestre do Umoja já está concluída e foi construída em colaboração com o grupo tecnológico pan-africano Liquid Intelligent Technologies “para formar uma rota altamente escalável através do continente”, visto que o grupo tem operações em mais de 25 países de África. Entretanto, sobre a ligação marítima à Austrália ainda não se conhecem os prazos para a conclusão.
Créditos: Google Cloud
Para o Presidente do Quénia, William Ruto, este investimento da Google na conectividade digital do continente constitui um marco histórico para o Quénia, a África e a Austrália, pois, refere, a nova rota intercontinental de fibra óptica melhorará significativamente a infra-estrutura digital regional e global.
“Esta iniciativa é crucial para garantir a redundância e a resiliência da conectividade da nossa região com o resto do mundo, especialmente à luz das recentes perturbações causadas por cortes nos cabos submarinos. Ao reforçar a nossa espinha dorsal digital, não estamos apenas a melhorar a fiabilidade, mas também a preparar o caminho para uma maior inclusão digital, inovação e oportunidades económicas para os nossos povos e as empresas”, acrescentou.
Na mesma linha, a ministra australiana das Comunicações, Hon Michelle Rowland, saudou o investimento da Google e parabenizou todos os envolvidos no projecto por considerar que o novo cabo submarino ajudará a diversificar a conectividade da Austrália e apoiará a inclusão digital em todo o mundo.
Já o presidente da Liquid Intelligent Technologies, Strive Masiyiwa, acredita que o Cabo Umoja garantirá que as principais cidades de África, incluindo Nairobi, Kampala, Kigali, Lubumbashi, Lusaka e Harare, deixem de ser pontos finais de difícil acesso e distantes dos locais de desembarque costeiros que ligam África ao mundo.
Estas cidades, realça, “são agora estações numa super estrada de dados que pode transportar milhares de vezes mais tráfego do que o que chega actualmente aqui”.
Espera-se que o cabo submarino Umoja sirva de catalisador para a melhoria da conectividade entre o continente berço e o resto do mundo, garantindo uma rede mais robusta e dinâmica, ao mesmo tempo em que apoia a crescente procura por serviços digitais e de nuvem.