Homem vs Máquina: A fobia de robots

Actualmente, ao rever o filme Robocop não posso deixar de assinalar uma visão extraordinária dos produtores, lá na década de 80 a abordarem temas tão emergentes como a robótica e inteligência artificial.

Os Robots (máquinas desenhadas para executar uma ou várias tarefas de forma automática e com alta precisão) já não estão apenas nos filmes. Eles estão entre nós! Já não estão apenas confinados às empresas e cada vez mais no setor de serviços e o nosso quotidiano. Enfim, nós não os vemos, mas eles andam incorporados em interfaces, softwares e no backoffice de muitas actividades empresariais.

Não acredita?

  • A DE-CIX o maior Internet Exchange Point do mundo usa «patch robots» no seu Data Center para activações e upgrade de portas de servidores.
  • Farmacêuticas usam robots para localizar medicamentos na zona de stock e transportar até ao front office de atendimento
  • Em muitos sítios online o primeiro nível de atendimento é através de um «bot»
  • Robots controlados remotamente são usados no gaming

De uma forma simplista, existem 3 grupos de robots:

Os dois primeiros são «soldados disciplinados» (repetem tarefas e instruções). O último é o «alfa» da sua espécie pois incorpora inteligência artificial e computador interno próprio. A par do filme Robocop existem muitas produções que exploram genericamente 3 grandes fobias do Homem em relação as máquinas:

  • Os robots vão substituir o homem no local de trabalho. Legítimo, se consideramos o nível de eficiência das máquinas, sobretudo para tarefas repetitivas e manuais. 
  • Os robots vão roubar o poder de decisão ao homem. Legítimo, se considerarmos que a velocidade de raciocínio (inteligência) e a capacidade de recolha, armazenamento e tratamento de dados (conhecimento) do robot é superior à do homem.
  • Os robots vão extinguir a humanidade. Não realista. Embora a cinematografia já explore essa narrativa há anos e o tempo tem mostrado que a ficção científica é cada vez menos só “ficção”, e as novas possibilidades IOT se fundamentam de facto na comunicação máquina-máquina, sendo que, haverá aplicações militares nos domínios da robótica, isto num mundo cada vez mais conectado 360º.
  • Robots com instruções pré-programadas
  • Robots comandados remotamente por humanos
  • Smart robots I Humanoides

Dito isto, se temos tanta fobia dos robôs, e do dia do juízo final das «máquinas» afinal porque gostamos tanto do Robocop – que até tem licença de porte de arma -?

Depois de refletir cheguei a conclusão de que o Robocop foi «humanizado». Vejamos, deram-lhe um nome como o nosso «Murphy», deram-lhe um rosto como o nosso, deram-lhe uma causa (justiça), deram-lhe memória, deram-lhe uma personalidade. No fundo o Robocop não era mais uma máquina, era sim o super-homem dos tempos modernos carregados do Big Data + Analytics + Inteligência artificial. Um «meta-homem» (fusão do homem + máquina) com o homem no domínio.

Para mim o filme Robocop é uma metáfora perfeita do poder que o homem vê na tecnologia e ao mesmo tempo da fobia que o homem tem de (não) manter o controle sobre a sua própria disrupção. Tenho dito.

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