Eldrige de Melo e Marco Romero são dois jovens angolanos que foram convidados pelo Conselho Consultivo de Geração Espacial de Apoio as Nações Unidas, para realizar um Webinar, no sábado (02/04), pelas 13 horas, através da plataforma Zoom, com o objectivo de mostrar resultados de um rastreio feito em África sobre iniciativas espaciais a volta do continente.
Outro objectivo apontado pelos jovens estudantes de mestrado em Gestão e Engenharia de Projectos Aeroespacial, no Instituto Superior de Aeronáutica do Espaço (ISAE-SUPAERO), em Toulouse, França, é o da necessidade do ensino sobre as tecnologias espaciais nas crianças e a criação de iniciativas espaciais individuais que contribuam de maneira humilde para o crescimento de África no sector.
Marco Romero sublinha que, a falta de ambientes propícios ou ferramentas próprias, não deve ser desculpa para a falta de iniciativas espaciais.
” As iniciativas é que aliciam os apoios e patrocínios. Devemos ter iniciativas e começar com o que temos. O ensino pelas iniciativas em tecnologias espaciais devem ser implementadas na vida das crianças, mesmo aquelas que não frequentam a escola, sob formas de garantir um futuro em África com mais domínio do espaço cósmico.” – Marco Romero
Segundo apontam os dados, resultado do rastreio feito pelos especialistas, países como Rwanda, Nigéria, Egipto, Namíbia, Somália, África do Sul, Ghana, Zimbábue e Uganda, já apresentam iniciativas, dentre as quais: Existência de agências espaciais, produção de lançadores por crianças, promoção de workshops sobre tecnologia espacial e concursos de educação espacial.
Quando lhe foi questionado sobre a situação da legislação em África, Eldrige de Melo, respondeu ao Portal de T.I que, “os países têm como base o Tratado Espacial, aprovado pelas Nações Unidas, mas em África ainda olha-se muito mais para as competências técnicas e menos para a legislação”. Mas considera ser normal, porque, até agora, o contexto actual da industria e exploração especial permite. ” Mesmo os países mais avançados em exploração espacial como os Estados Unidos, Rússia, França, China e Japão, só agora começaram a olhar com mais atenção para a legislação, devido ao aumento de satélites no espaço, a situação de mega constelações, lixo e militarização do espaço ” .
Reconhecem que já existem muitas iniciativas, sobretudo de jovens africanos que estão a desenvolver competências nessa área, para contribuir para o continente. Exemplo disso, é o da jovem zimbabueana, Ruvimbo Samanga, que com apenas 23 anos, em 2018, liderou a sua equipa para vitoria e trouxe o prémio Manfred Lachs Space Law Moot Court para África. Foi a primeira vez que representantes de África ganharam essa competição sobre legislação espacial.
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