O desafio de fazer mais com menos

Por Eduardo Nogueira

Este é um artigo para a reflexão dos que acreditam que podem barrar o avanço da tecnologia no mundo dos negócios.

Com quase dez anos de experiência em Mentoria de Negócios e mais de 20 anos como consultor empresarial na área de Marketing, no Brasil, já tive a oportunidade de conhecer muitas visões e argumentos de empresários e empreendedores para justificar alguns comportamentos esdrúxulos. A razão para isso é muito simples: valores pessoais aplicados ao mundo dos negócios.

A dinâmica da vida em sociedade é um desafio relacional permanente. Com as pessoas da nossa família, da comunidade, do clube, da escola, dos amigos e amigas, dos avós e das tias… esses desafios dizem respeito à nossa capacidade de aprender a nos relacionarmos com os outros, a respeitar suas escolhas e pontos de vista, a nos educarmos e nos ajustar às regras sociais, a ter boas maneiras, a sermos confiáveis, amigos etc.

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No mundo dos negócios a dinâmica é um pouco diferente. No mundo dos negócios o empreendedor ou o empresário são uma PJ e as regras para as pessoas jurídicas são muito particulares, se compararmos com as regras comportamentais dos indivíduos, por conta de uma série de leis que se interpõem entre a empresa, seus donos e seus empregados. O curioso disso tudo é que essas regras são quase universais. Sendo assim, alguns valores da convivência social aqui não se aplicam ao mundo dos negócios.

Algumas das regras aplicadas ao mundo dos negócios dizem respeito ao compromisso de sustentabilidade das atividades empresariais, tanto por razões ambientais quanto por razões sociais. Na metade da década de 1990 começou-se a discutir o papel social das empresas. Muitos teóricos defenderam teses sobre esse papel. Uns desses muitos são Ferrell et alli (2001), que em seu livro “Responsabilidade Social Empresarial”, afirmam que as empresas deveriam ter quatro responsabilidades essenciais. Num diagrama de escada eles apresentaram as quatro: no primeiro degrau é o compromisso da empresa em seguir as leis do seu País; no segundo degrau a empresa deve ter um comportamento ético para com seus empregados, fornecedores, clientes, mercado e sociedade; no terceiro degrau há o compromisso de a empresa ser saudável e sustentável economicamente; e, no quarto e último degrau, a empresa deve ter um comportamento filantrópico.

Todas as dimensões apresentadas pelos autores têm que estar presentes no cotidiano das empresas. Entretanto, duas dessas dimensões são capitais: a dimensão econômica e a dimensão legal. Todavia, a dimensão econômica é a que determina a longevidade ou a morte de uma empresa.

A dimensão econômica da Responsabilidade Social Empresarial diz literalmente que uma empresa precisar dar lucro para cumprir o seu papel. Se ela quebrar, o prejuízo social é enorme. Empresas saudáveis recolhem impostos para viabilizar o bem coletivo, viabilizam a distribuição de renda, empregam pessoas (e suas famílias), ajudam a sociedade a evoluir como coletivo e remuneram o risco assumido pelos empreendedores e empresários de colocar suas economias para produzir bens e serviços, que ajudam a sociedade a resolver seus problemas.

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As empresas, não importa em que país estejam, não vivem numa bolha de plástico. Elas vivem no mercado, um ambiente inóspito e competitivo onde elas colocam bens e serviços, recebendo em troca a receita que justifica todas essas atividades. No mundo dos negócios só há duas maneiras de se ter lucro (lembrando do papel social do lucro nas dimensões da responsabilidade social): aumentado as receitas e racionalizando os custos. 

As tecnologias digitais surgiram para ajudar as pessoas a resolverem problemas mais complexos e para viverem melhor, trocando as atividades que as fazem máquinas humanas da repetição e dando-lhes a oportunidade de trabalhos mais dignos. Ao mesmo tempo, ajudam a reduzir os custos, tornando os preços dos produtos mais competitivos e dando a oportunidade para que mais e mais pessoas tenham acesso a eles e, com isso, beneficiando toda a sociedade.

O principal fator que leva empresas a digitalizarem seus processos é não sucumbir à concorrência. Por mais que achemos que fazer as coisas manualmente pode manter empregos, não estamos mais num mercado local ou regional. As empresas competem a nível mundial, mesmo que localmente. A tecnologia de informação e comunicações veio para ficar. O mundo todo está conectado e podemos comprar produtos em qualquer parte do mundo, e sem sair de casa, ainda mais agora com essa pandemia.

A otimização de processos não leva ao desemprego. Novas atividades estão substituindo as antigas. As pessoas precisam continuar sua jornada evolutiva, conquistando novos conhecimentos, aprendendo novas atividades e dando vazão à sua criatividade e capacidade empreendedora para solucionar mais problemas. São novos desafios para os novos tempos. O mundo dinâmico dos negócios não poupa os dinossauros, uma hora eles desaparecerão. Você é um deles?

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“A melhor maneira de predizer o futuro é inventa-lo”

 

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