No final do ano passado, eu, meu padrinho e dois dos seus filhos, fizemos uma tour que para mim terminou na província do Namibe e para eles na província de Benguela. Enquanto fazíamos o trejecto Luanda-Ndalatando, ouvíamos o programa Conversa 4.0, que neste dia abordou a temática das infraestruturas de telecomunicações.
Como consequência do ossos do ofício, eu ouvia com bastante atenção, ao mesmo tempo que admirava a belíssima qualidade do sinal de transmissão da Luanda Antena Comercial (LAC) naquelas paragens não muito distante do posto de controlo da Maria Teresa. Olhando para o lado, no sentido de partilhar com o meu padrinho a minha admiração relativamente a qualidade do sinal da LAC, notei que, assim como eu, ele também prestava muita atenção ao que estava a ser dito. Sem me dar tempo de exteriorizar a minha admiração, olhou para mim e disse: todos os participantes estão a falar a partir de casa!? Com excepção do moderador. Respondi. Por alguns instantes ele sorriu, e depois olhou para mim e disse: o que é que a internet não faz?
Não respondi a pergunta porque naquele momento não queria perder nenhuma abordagem dos convidados. Mas a pretinente pergunta do meu padrinho, fez me questionar uma outra: o que é que não tem na internet?
A internet está absorver vários segmentos tradicionais das sociedades – o entretenimento, educação, comunicação, finanças, cultura, turismo, desporto, etc., criando novos fenómenos sociais, profissões e oportunidades. No sector da comunicação por exemplo, as estações televisivas, radiofônicas e jornais, estão cada vez mais preocupadas em marcar presença na intenet para alcançar a geração Z.
Eu queria respoder a pergunta do meu padrinho. Mas a minha mente fervilhava em busca de uma explicação básica sobre a internet. No momento, lembrei-me de uma explicação do meu professor, Aadesh Sharma, um jovem indiano que tem uma capacidade nata de reduzir os conceitos técnicos de maneira que uma pessoa leiga consiga perceber. Em uma das suas aulas, quando falávamos dos protocolos da internet, na parte de calcular a melhor rota do tráfego, assunto do qual tínhamos algumas dificuldades, o professor Aadesh olhou para nós e disse: o usuário final não se importa e nem sabe qual é a melhor rota do tráfego. Ele quer o serviço e mais nada.
Ela estava certo, o fim de todo o processo é o que mais interessa. De nada valerá uma infraestrutura monstruosa se não gerar benefícios palpáveis aos usuários. O meu padrinho quando perguntou sobre o que é que a internet não faz, percebo que na verdade ele estava a se referir aos impactos benéficos que a internet pode causar.
Recentemente, eu falei com o meu irmão mais velho sobre a conferência de criptomoeda, que o Portal de T.I irá realizar em parceria com o Grupo Media Nova, pareceu me que ele tinha muitas reservas sobre o fenómeno das criptomoedas. Depois de várias perguntas e minhas respostas de empolgação (ao estilo de Steve Job), surgiu da parte dele, uma pergunta que respondi com o meu silêncio. O que é que não tem na internet?
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