Imagine que está a fazer um exame e tem de responder à pergunta abaixo.
Estamos cada vez mais inteligentes?
R: «SIM» (Minha resposta imediata)
Sim, estamos cada vez mais inteligentes. Sinto a Humanidade cada vez mais capaz de grandes realizações e em diferentes áreas do saber. Vejo avanços na investigação científica, vejo a descobertas fantásticas na medicina, vejo modelos complexos de engenharia aplicados de forma user friendly, vejo pessoas digitalmente mais incluídas e empreendedoras.
Estamos cada vez mais inteligentes?
R: NIM (Minha resposta após ponderação)
Se calhar não estamos assim tão (mais) inteligentes. Apenas estamos rodeados de mais smart things e devices que dão a ilusão de estarmos mais superdotados. Afinal o quotidiano 4.0 nos abraça com diversos conceitos «smart»:
- Smart TV
- Smart Watch
- Smart phone
- Smart Wearable technology
- Smart City
No fundo, estamos cada vez mais amigos da inteligência artificial e nos beneficiamos do exponencial de eficiência e eficácia que A.I proporciona. Ou seja, o homem (a)parece como o mais inteligente, mas na verdade, subcontratou a tecnologia para fazer grande parte do trabalho em sua representação. Por exemplo, o uso do Auto Pilot na aviação comercial, o carro autónomo e soluções de robótica.
Estamos cada vez mais inteligentes?
R: Não (Minha resposta depois de muitas dúvidas existenciais)
Estudos dizem que a próxima geração de pessoas (a geração dos “nativos digitais”) vai ter um quoeficiente de inteligência mais baixo que a geração dos seus pais. Isto porque o seu cérebro e actividade intelectual não é treinada convenientemente. Os especialistas dizem que (entre outros factores) os dispositivos digitais afectam o desenvolvimento neuronal das crianças. A excessiva exposição à telas (televisão, tablets, mobile etc) diminui a capacidade cognitiva, perda de concentração, redução da capacidade de memorização e menor interacção social. Tudo somado, afecta a capacitação de comunicação, gestão emocional e a maturação cerebral das crianças.
Bom. Confesso que nesta altura do exame «Eu só sei que nada sei», e as dúvidas sobre a resposta certa se estamos mais inteligentes ou não se avolumaram. Todavia, tenho uma certeza na vida:
- Desde o momento em que passei a usar a calculadora eu desaprendi a tabuada…
Assim, o problema não é a tecnologia «fazer» as coisas por nós, o problema é deixarmos de pensar. Tenho dito!