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A informação foi avançada pelo director de engenharia do WhatsApp, Dick Brouwer, à Wired, realçando que, apesar de não ser um processo fácil, a empresa está pronta para oferecer interoperabilidade na plataforma com mais de 2 biliões de utilizadores mensais.
Mas, contenha o ânimo, porque a medida aplica-se apenas à União Europeia (UE) e surge em resposta às exigências da Lei dos Mercados Digitais da UE, que visa garantir o equilíbrio na concorrência entre as empresas digitais no Espaço Schengen.
A ideia da interoperabilidade entre plataformas como o WhatsApp é permitir que os utilizadores consigam se comunicar com qualquer pessoa a partir de um único aplicativo, independentemente do seu interlocutor estar a usar, por exemplo, o WhatsApp, Messenger, Telegram ou Viber.
Inicialmente, a interoperabilidade entre o WhatsApp e outros aplicativos vai centrar-se nas mensagens de texto e voz, e envio de imagens, vídeos e ficheiros, entre dois utilizadores, num processo que demorará alguns meses para funcionar plenamente. Segundo Dick Brouwer, as chamadas e chats em grupo seguirão a dinâmica nos próximos anos.
A interligação entre várias plataformas digitais suscita vários desafios técnicos e regulatórios, porque aplicativos de mensagens criptografadas utilizam configurações e protocolos de segurança diferentes e têm, igualmente, padrões diferentes para a privacidade.
E é precisamente a questão da segurança e privacidade que mais inquieta o director de engenharia do WhatsApp. Entretanto, Dick Brouwer diz-se satisfeito com os passos dados pela empresa até agora.
“Há uma tensão real entre apresentar uma maneira fácil de oferecer essa interoperabilidade a terceiros e, ao mesmo tempo, preservar a privacidade, a segurança e a integridade do WhatsApp. Estamos muito felizes com o que fizemos até agora”, disse.
Considerando as preocupações relactivas à segurança e privacidade, o responsável pela engenharia do WhatsApp assegurou que a adopção da interoperabilidade não será imposta.
“Um dos principais requisitos aqui, e isso é muito importante, é que os utilizadores aceitem isso. Eu posso escolher se quero ou não participar na troca de mensagens com terceiros. Isso é importante, porque pode ser uma grande fonte de spam e golpes”, explicou.
Os utilizadores do WhatsApp que aceitarem usar a interligação entre plataformas verão as mensagens de outros aplicativos numa secção separada na parte superior da caixa de entrada, que deverá ser chamada “chat de terceiros”.
Por se tratar de plataformas diferentes, Dick Brouwer afirma que o WhatsApp não poderá oferecer o mesmo nível de privacidade e segurança.
Para já, ainda não são conhecidos os critérios necessários para que uma plataforma possa se interligar ao WhatsApp e vice-versa, com base na legislação europeia. Por outro lado, plataformas como Telegram, Viber e outras similares ainda não disseram publicamente como pretendem responder à iniciativa da União Europeia, mas o provável é que sigam os passos do WhatsApp.
As medidas previstas na Lei dos Mercados Digitais da União Europeia começam a entrar em vigor já em Março próximo, mas a disponibilidade das opções de interoperabilidade poderão levar alguns meses a mais para estarem disponíveis para todos os utilizadores dentro do Espaço Schengen.