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A Starlink, serviço de Internet via satélite da SpaceX, só deverá estar disponível no terceiro trimestre deste ano no Zimbábue, mas a sua utilização clandestina está a crescer de tal modo que as autoridades de Harare tiveram de intervir, pedindo directamente a Elon Musk que este ordenasse o desligamento de todos os terminais que operam ilegalmente no país.
“É 100% verdade que pedimos a eles que desactivassem aqueles que estão conectados até que a empresa se regularize. Isso é ilegal, como podemos permitir que as pessoas utilizem o serviço antes de estar licenciado?”, comentou o director geral da Autoridade Reguladora dos Correios e Telecomunicações do Zimbábue, Gift Machengete, na sexta-feira (15).
O director geral da autoridade reguladora confirmou ter conversado com Elon Musk na quinta-feira (14), a quem informou também que a SpaceX deve apresentar antes um pedido formal junto da autoridade zimbabueana, para poder fornecer serviços de Internet no país, caso o pedido seja aceite.
“Foi uma reunião muito cordial e ele compreendeu o que estamos a fazer. Não acho que levará muito tempo para que eles submetam (o pedido de licenciamento).
Na sexta-feira, a Starlink informou os seus utilizadores no Zimbábue sobre o pedido da Autoridade Reguladora dos Correios e Telecomunicações do país, através de um e-mail.
“Actualmente você está a usar o Starlink em território não autorizado. Como resultado, a Starlink foi instruída pela Autoridade Reguladora dos Correios e Telecomunicações do Zimbábue (POTRAZ) para desactivar o seu serviço”, lê-se no e-mail da Starlink, citado pelo jornal The Zimbabwe Mail.
A Starlink está no mercado desde 2018 e opera oficialmente em 32 países em todo mundo, incluindo 7 países africanos: Nigéria, Ruanda, Moçambique, Quénia, Malawi, Zâmbia e, mais recentemente, o Benin. O serviço tem como aposta oferecer Internet rápida e abrangente via satélite em pacotes distribuídos nas classes residencial, comercial, viagem, marítima e de aviação.