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As autoridades angolanas detiveram 8 pessoas e identificaram 28 vítimas nacionais e estrangeiras, numa operação contra o cibercrime coordenada pela Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol).
As detenções foram realizadas como parte de uma acção internacional denominada “Operação Contender 3.0”, realizada entre Julho e Agosto deste ano em 14 países africanos, incluindo Angola. Ao todo, 260 suspeitos foram detidos e 1.235 dispositivos electrónicos foram apreendidos.
De acordo com a Interpol, a operação teve como alvos redes criminosas transnacionais que exploram plataformas digitais, especialmente as redes sociais, para manipular vítimas e fraudá-las financeiramente.
As equipas centraram-se nos casos de “fraudes românticas” e “sextorção”. A primeira é um tipo de fraude em que os cibercriminosos criam relacionamentos online para extorquir dinheiro das vítimas; já na segunda, a vítima é chantageada com imagens ou vídeos explícitos, geralmente obtidos durante a “fraude romântica”.
Segundo a Interpol, os investigadores identificaram, ao todo, 1.463 vítimas ligadas às fraudes, as perdas são estimadas em quase 2,8 milhões de dólares norte-americanos.
No Gana, por exemplo, 68 pessoas foram detidas, 835 dispositivos foram apreendidos e 108 vítimas foram identificadas. As perdas financeiras alcançaram os 450 mil dólares, dos quais 70 mil foram recuperados.
No Senegal houve 22 detenções e foi desmantelado um grupo cujos membros se faziam passar por celebridades e recorriam à manipulação emocional em redes sociais e plataformas de namoro. O grupo fraudou 120 vítimas em cerca de 34 mil dólares.
Na Costa do Marfim, a operação levou à desagregação de uma rede que criava perfis falsos online para manipular indivíduos vulneráveis e levá-los a partilhar imagens íntimas. Foram detidas 24 pessoas, apreendidos 29 dispositivos e identificados 809 vítimas.
De acordo com o director executivo interino dos Serviços Policiais da Interpol, Cyril Gout, em todo o continente as unidades de crimes cibernéticos estão reportar um aumento acentuado em crimes digitais, como “sextorsão” e “fraudes românticas”. Este crescimento, refere, está associado à expansão das plataformas online, que abriram “novas oportunidades para as redes criminosas explorarem vítimas, causando perdas financeiras e danos psicológicos”.
Durante a “Operação Contender 3.0, foram identificados endereços IP, infra-estruturas digitais, domínios e perfis de redes sociais vinculados aos membros das organizações criminosas. Estes dados e as detenções a que levaram permitiram também apreender pen drives, cartões SIM e documentos falsificados, assim como desactivar 81 infra-estruturas de crimes cibernéticos em todo o continente.


