A Meta anunciou recentemente a conclusão da infra-estrutura principal do sistema de cabos submarinos 2Africa. Apresentado como o mais longo do mundo de acesso aberto, o projecto é descrito pela gigante tecnológica como um “decisivo” para o futuro digital do continente africano.
O projecto, que demorou quase seis anos a ser construído pela Alcatel Submarine Networks, recorreu a tecnologia de ponta. Inclui multiplexação por divisão espacial, que duplica a capacidade de sistemas antigos, e comutação óptica submarina para uma gestão flexível da largura de banda.
Com 45.000 quilómetros de extensão, o 2Africa interliga a Europa, o Médio Oriente e 16 países africanos, através de 46 pontos de ancoragem. A sua capacidade projectada atinge os 180 Tbps em partes essenciais do sistema, superando a capacidade total de todos os cabos que actualmente servem África.
A meta ambiciosa é impulsionar o crescimento económico e conectar mais de três mil milhões de pessoas em três continentes, o que equivale a mais de 30% da população mundial. A empresa acredita que esta infra-estrutura será crucial para suportar a expansão de inteligência artificial, computação em nuvem e outras aplicações de alta largura de banda.
A operação de implantação foi colossal, envolvendo 35 embarcações offshore que totalizaram cerca de 32 anos de operações no mar. Em terra, foram mobilizados meios locais e equipamento especializado, como câmaras de descompressão, para garantir a instalação em locais remotos.
Liderado e financiado pela Meta, o consórcio 2Africa inclui parceiros de peso como a China Mobile International, a Orange, a Vodafone/Vodacom e a Telecom Egypt. Em Angola, a operadora Unitel destacou-se ao tornar-se a primeira a ligar-se fisicamente ao cabo 2Africa.



