Papiro Ngola 
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A Angola Telecom registou lucros de 233 milhões de kwanzas no exercício económico de 2024, equivalentes a 253,5 mil dólares, à luz da taxa de câmbio do Banco Nacional de Angola (BNA), de acordo com o relatório e contas da empresa, divulgados pelo Instituto de Gestão de Activos e Participação do Estado (IGAPE).
O resultado líquido positivo alcançado no ano passado tirou a empresa de telecomunicações angolana do ‘terreno negativo’ verificado em 2023, com prejuízos avaliados em 14,9 mil milhões de kwanzas (cerca de 16,1 milhões USD), observou o Portal de T.I nas contas da instituição.
No documento, publicado durante apresentação do desempenho do Sector Empresarial Público (SEP) em 2024, a empresa justificou o regresso aos lucros com o facto de registar melhorias nos resultados financeiros e não operacionais em relação a 2023.
“Os resultados não operacionais evoluíram de forma muito favorável, tendo passado de cerca de AKZ 5.762 milhões negativos para AKZ 1.127 milhões positivos no ano de 2024”, refere Angola Telecom no relatório, sublinhado que esta reversão aconteceu pela “reposição das provisões de cobrança duvidosa”.
Ainda de acordo com empresa de telecomunicações, os resultados financeiros registaram “melhoria significativa face ao ano anterior, passando de um prejuízo de AKZ 11.076 milhões em 2023 para AKZ 1.502 milhões em 2024, igualmente negativo, um montante consideravelmente mais baixo”, isto porque houve uma variação menos “expressa da taxa de câmbio, uma vez que não se verificaram alterações substanciais face ao exercício anterior”, destacou Angola Telecom.
Auditor aprova contas com várias reservas
A KPMG, auditor externo, aprovou as contas da empresa Angola colocando quatro reservas nas demonstrações financeiras da instituição, observou o Portal de T.I no parecer de 2024.
No leque de irregularidades, o auditor independente holandês refere que, na rubrica ‘Contas a receber-Clientes, “apresenta uma diferença de 4,3 mil milhões Kz entre o balancete do razão geral e o detalhe das contas correntes apresentado no respectivo módulo de facturação e cobranças. Esta diferença não foi objecto de reconciliação e explicação apropriada, tendo sido já reportada nas demonstrações financeiras de 2023…” Por esses motivos, a consultora disse não ter sido possível concluir sobre o “potencial impacto nos resultados do exercício e nos resultados transitados”.
O auditor acrescenta ainda, na reserva número dois, que na rubrica ‘Contas a pagar’ inclui “o montante de 3,5 mil milhões Kz relativo à subvenção efectuada pelo Ministério das Telecomunicações, em exercícios anteriores, para efeitos de realização de prestações suplementares à subsidiária Angola Cables, faltando a informação que permita suportar”, o que impediu uma conclusão dos possíveis efeitos destas inconformidades nas demonstrações financeiras.
