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A TAAG – Linhas Aéreas de Angola sofreu um ataque cibernético em Setembro de 2024 que afectou a informação contabilística referente a 2023 e 2024, apurou o Portal do T.I no relatório e contas da instituição do exercício económico do ano transacto.
No ano passado, após o episódio, a companhia de bandeira angolana apenas comunicou o incidente e não especificou os serviços afectados pelo ciberataque. Todavia, volvido um ano, a TAAG detalha as consequências da invasão e os mecanismos de defesa accionados para reverter a situação.
No documento tornado público no mês passado pelo Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado, a transportadora aérea explica que a ‘invasão’ abalou de “forma substancial” a sua infra-estrutura de tecnologia de informação, tendo causado disrupções nos sistemas SAP, APM, e no acesso às pastas de rede corporativas, alojadas no principal data center principal da empresa.
“A TAAG – Linhas Aéreas de Angola, S.A. foi alvo de um ciberataque de proporções significativa que afetou de forma substancial a infra-estrutura tecnológica da empresa, com especial incidência nos sistemas de contabilidade e gestão financeira” informa a empresa estatal no relatório e contas.
O incidente teve como consequência imediata “a interrupção das actividades contabilísticas correntes, bem como a perda massiva de informação contabilística dos exercícios de 2023 e 2024”, acrescenta a companhia.
De acordo com a TAAG, após detectar o ataque foi acionado os protocolo interno de resposta, tendo sido mobilizadas as equipas internas de tecnologia e parceiros externos especializados em cibersegurança.
Apesar da severidade do ataque, a empresa garante que “não houve impacto material nos saldos e fluxos apresentados nas demonstrações financeiras”.
“Quando aplicável, foram efetuadas reconciliações com fontes externas e reprocessamentos manuais, com vista a assegurar a fiabilidade da informação contabilística reconstituída”, sublinha a transportadora angolana.
Prejuízos da empresa aumentaram em 2024
Em 2024, a companhia de bandeira agravou o resultado líquido negativo para 134,2 mil milhões de kwanzas (145,4 milhões de dólares), segundo o relatório e contas do exercício económico.
Face a 2023, quando o prejuízo se cifrou em 90 mil milhões de kwanzas (97,6 milhões de dólares), a deterioração representa um aumento de 48,9%.
Os dados do Relatório Agregado do Sector Empresarial Público (SEP) colocam a TAAG entre as 39 empresas estatais que fecharam 2024 no vermelho, num universo de 64. Apenas 25 apresentaram lucros, com o resultado líquido agregado do sector a atingir 788,4 mil milhões de kwanzas