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            A ausência de produtos tecnológicos nacionais registados e patenteados na área da segurança da informação compromete a afirmação e a soberania digital de Angola, alertou esta semana o coordenador do selo Feito em Angola, Edmilson Chaves, durante a Conferência Nacional de Segurança e Informática (CNSI 2025), realizada em Luanda.
Em entrevista ao Portal de T.I, o coordenador afirmou que esta limitação afecta directamente a capacidade do país em afirmar-se na economia do conhecimento, uma era marcada pela valorização do intelecto e da inovação.
“Estamos a viver a era da informação, em que a riqueza está na criação do intelecto. Se não formos soberanos nesse domínio, estaremos sempre a reboque dos outros”, advertiu.
Segundo o responsável, o que confirma a tecnologia são as patentes. “E se o país não tiver patentes que representem a criação tecnológica no âmbito da segurança de informação, continuidade de negócio, prevenção de risco, fuga de dados, então não podemos considerar que temos tecnologia de segurança de informação feita em Angola”, destacou.
Defende, por isso, que a propriedade intelectual seja encarada como o verdadeiro alicerce da soberania digital. Porque, sublinha, sem registo formal das criações nacionais o país permanece numa posição de consumo e não de produção tecnológica.
Produzir tecnologia nacional
O coordenador destacou o papel do programa Feito em Angola na valorização da produção nacional e na promoção da identidade económica do país.
Entre as iniciativas recentes, apontou o lançamento da marca Made in Angola, destinada a produtos e serviços voltados à exportação, e a criação de um mercado de membros, que permitirá às empresas com o selo trocar produtos e serviços entre si.
“O objectivo é reforçar a soberania económica e criar um ecossistema que valorize a produção local”, afirmou, realçando que o selo abrange também serviços tecnológicos.
Quanto à cooperação internacional, Edmilson Chaves defendeu equilíbrio entre a abertura e a protecção do conhecimento produzido internamente, afirmando que “Angola não é uma ilha e o selo Feito em Angola não vem para isolar o país, mas para valorizar o que é nosso e partilhar com o mundo aquilo que temos de melhor”.
Para o coordenador, o futuro e a posição de Angola na era da economia do conhecimento depende da capacidade de criar, proteger e exportar tecnologia criada em território nacional, visto que o país já reúne condições humanas e empresariais para inovar neste domínio.
 
			         
			         
															
 
															
