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GGPEN e MIT aplicam ciência espacial ao combate da seca no Sul do país

GGPEN e MIT aplicam ciência espacial à gestão da seca no Sul do país
Foi lançada hoje, em Luanda, a ferramenta tecnológica de apoio a tomada de decisões políticas para o combate à seca no Sul de Angola, desenvolvida pelo Gabinete de Gestão do Programa Espacial nacional (GGPEN) e o Massachusetts Institute of Technology (MIT) através do Space Enable Research Group do MIT Media Lab.
 
A solução foi criada para responder aos efeitos severos da seca que, segundo o ministro Mário Oliveira, que procedeu ao lançamento, afecta desde 2015 mais de 1,3 milhão de pessoas nas províncias do Cunene, Huíla e Namibe. A iniciativa, lançada oficialmente em Janeiro de 2023, contou com o investimento da National Aeronautics and Space Administration (NASA) e do governo angolano.
 
A ferramenta combina dados científicos e imagens de satélite para monitorar semanalmente a seca, além de mapear eventos históricos, registar índices de vulnerabilidade socioeconómica e integrar indicadores como saúde, agricultura, demografia, infra-estruturas e recursos naturais.
 
Segundo Mário Oliveira, a parceria entre o GGPEN e o MIT tem gerado resultados notáveis, entre os quais destaca a ferramenta hoje lançada, a integração de dados semanais de humidade do solo com recurso à imagem de satélite, a formação de mais de 25 técnicos nacionais e a publicação de cerca de 8 artigos científicos em revistas científicas reconhecidas internacionalmente, bem como o envolvimento de mais de 10 instituições nacionais como parceiras nesta empreitada contra a seca.
 
“Esta ferramenta é mais do que uma solução digital. É uma afirmação do nosso compromisso com a inovação, a soberania tecnológica e a resiliência climática. É também um modelo de como parcerias globais bem coordenadas podem gerar impacto local real para as nossas populações e para o ecossistema social e económico de cada região do nosso país”, enquadrou o ministro.
 
A ferramenta, ainda sem designação oficial, junta-se ao conjunto de soluções já desenvolvidas pelo Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Soluções Tecnológicas Espaciais do GGPEN, como o Tech-Gest, Tech-Minas, Tech-Telco e o Tech-Agro, que se encontram sob gestão do centro de geodados GEDAE inaugurado recentemente.
 
“Ela será disponibilizada ao público e instituições afins e servirá como instrumento estratégico de apoio à formulação de políticas públicas com especial utilidade em contextos de emergências climáticas”, assegurou o ministro.
 
O ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, também presente no evento, saudou a iniciativa e destacou o importante papel que a ferramenta vai desempenhar para o combate à seca no Sul do país.
 
“Esta ferramenta vai ser, sem dúvidas, um auxiliar muito importante neste programa de combate aos efeitos da seca, na maior disponibilidade de água e de acesso à água que queremos ver nestas regiões do Sul da Angola. É uma ferramenta que será útil para vários sectores, incluindo a academia”, comentou.
 
Para João Baptista Borges, um dos contributos centrais que esta plataforma vai trazer é a identificação da proximidade das populações aos pontos de água, bem como a análise da dimensão dos aquíferos subterrâneos disponíveis nas regiões afectadas.
 
Neste sentido, além da componente digital, o ministro avançou também que estão em curso as obras estruturantes no terreno para ajudar no combate à seca. Na margem esquerda do rio Cuene, disse, estão em construção as barragens do Calucuve e do Ndue, que juntas armazenarão mais de 240 milhões de metros cúbicos de água.
 
O ministro informou também que estão a ser construídos cerca de 180 quilómetros de canais e chimpacas, um que vai para Ondjiva e outro para a região de Mbundu, para garantir o acesso à água para populações e rebanhos que habitam ao longo do trajecto destes canais, sobretudo durante as estações mais secas.
 
Na Cahama, já na margem direita do rio Cunene, o ministro disse estarem em curso as obras para construção da barragem da Cova do Leão, que permitirá abastecer as localidades da Cahama e Chinjau. Na região de Oncócua, a sede do Curoca, estão a ser construídos furos de água para mitigar os efeitos da seca nessa que é uma das localidades mais secas de todo o país. Trabalhos semelhantes estão a ser feitos na localidade do Chitatu, finalizou.

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