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IA: China proíbe chips da Nvidia, AMD e Intel em data centers financiados pelo Estado

IA: China proíbe chips da Nvidia, AMD e Intel em data centers financiados pelo Estado
O governo chinês emitiu directrizes a exigir que os novos projectos de centros de dados (data centers) que receberam financiamento estatal utilizem apenas chips de inteligência artificial (IA) fabricados no país, avança a Reuters, citando duas fontes familiarizadas com o assunto.
 
Embora a proibição seja generalizada, calcula-se que afecte com maior impacto as grandes empresas Ocidentais de chips: Nvidia, AMD e Intel.
 
Segundo a agência britânica, as autoridades reguladoras chinesas ordenaram, nas últimas semanas, que centros de dados com menos de 30% de conclusão removessem todos os chips estrangeiros instalados ou cancelassem os planos de compra.
 
Quanto aos centros de dados que já estejam em fase de construção mais avançada, estes serão decididos caso a caso, avançaram as fontes. Entretanto, ainda não está claro se a orientação se aplica a todo o país ou apenas a determinadas províncias.
 
Vale referir que antes a China exigia que as empresas usassem pelo menos 50% de chips de IA nacionais nessas infra-estruturas, agora este percentual foi reforçado para 100%. A mudança envia um forte sinal para a indústria de IA reduzir a dependência de tecnologia estrangeira, alinhando-se aos planos de operar centro de dados de IA exclusivamente com recursos nacionais.
 
Do conflito comercial à corrida pelo domínio da IA
 
De acordo com a Reuters, os projectos de centro de dados de IA na China atraíram mais de 100 mil milhões de dólares em financiamento estatal desde 2021 e a maioria recebeu algum tipo de financiamento estatal para auxiliar na sua construção, mas não é claro quantos projectos estão sujeitos às novas directrizes.
 
Segundo o diário sul-coreano The Chosun Ilbo, este investimento está presente nos cerca de 500 centros de dados em construção em toda a China. Para incentivar o uso de chips nacionais menos eficientes em termos energéticos, o governo introduziu uma redução de até 50% nas tarifas de energia.
 
Este incentivo, aliás, está entre as medidas que, para CEO da Nvidia, Jensen Huang, permitirão à China sobrepor-se aos EUA nessa tecnologia. À revista Financial Times, ele disse acreditar convictamente que a “China vai ganhar a corrida à inteligência artificial”, devido aos baixos custos energéticos e regulações mais flexíveis.
 
A limitação de chips estrangeiros em centros de dados financiados pelo estado chinês surge após o encontro entre os presidentes dos EUA e da China em Outubro último na Coreia do Sul, onde discutiram uma pausa no “conflito comercial” em andamento. 
 
Após reunião, os EUA anunciaram que não permitirão a venda dos chips da Nvidia à China ou a outros países. De acordo com Donald Trump, os chips mais avançados da Nvidia (os Blackwell), estão “reservados para empresas norte-americanas apenas”.
 
A posição de Donald Trump segue as restrições impostas à China desde 2022 no acesso aos chips mais avançados da Nvidia. Entretanto, de lá para cá a China conseguiu suprir várias das suas necessidades, voltando-se ao desenvolvimento do seus próprios chips de IA e apoiando de forma massiva as empresas promissoras do sector.
 
Fruto destes esforço, por exemplo, a Huawei lançou o chip Ascend 910C em Outubro de 2024, com cerca de 60% do desempenho do H100 da Nvidia. Por sua vez, a Cambricon, conhecida como a “Nvidia da China”, desenvolveu o MLU 590, que oferece 80% do desempenho do chip A100 da Nvidia.
 
Apesar do esforço em investimento e desenvolvimento, o Morgan Stanley prevê que a taxa de autossuficiência da China em chips de IA, de 34% no ano passado, só alcançará os 82% em 2027. Mesmo assim, os especialistas prevêem que o cronograma para atingir 100% de autossuficiência será acelerado devido às recentes medidas que privilegiam tecnologias locais.

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