Fundado em Maio deste ano pelo colectivo de arte Computer Lars e pela organização sem fins lucrativos de tecnologia e de arte MindFuture Foundation, o Synthetic Party tem um objectivo muito peculiar: ser representado por um chatbot de Inteligência Artificial (IA) no parlamento dinamarquês, algo que espera conseguir já nas próximas eleições marcadas para Novembro deste ano. O líder do partido é um chatbot de IA, chamado “Leader Lars”, cuja programação para a política teve início em 1970 e, de acordo com o Synthetic Party, ele representa os valores dos 20% de dinamarqueses que não participam em eleições.
“Representamos os dados de todos os partidos marginalizados, todos os partidos que estão a tentar ser eleitos para o parlamento, mas não têm assento. À medida que as pessoas da Dinamarca e de todo mundo interagem com a IA, elas enviam novas perspectivas e novas informações textuais, que são recolhidas em um conjunto de dados a serem submetidos a um ajuste fino. Desta forma, as pessoas estarão a desenvolver parcialmente a IA sempre que interagem com ela”, explicou Asker Staunæs, idealista do partido, citado pelo Mezha Media.
Entre as políticas defendidas pelo Synthetic Party, estão o estabelecimento de um salário médio mensal de 100.000 coroas dinamarquesas (cerca de 5.844.500,000 kwanzas), muito acima das 20.876 coroas dinamarquesas (cerca de 1.220.097,820 kwanzas) que representam hoje o salário médio do país. Uma vez eleito, o partido pretende também criar um sector de internet e tecnologias de informação de propriedade conjunta dentro do governo, em pé de igualdade com as outras agências governamentais.
O Synthetic Party pretende, igualmente, aumentar a consciencialização das pessoas sobre o papel da IA na vida humana e como os governos podem responsabilizá-la por preconceitos e outros impactos sociais. Outro objectivo ousado do novo partido dinamarquês é aumentar de 17 para 18 o número de Objectivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) da ONU.
Assim, o 18º ODS proposto pelo Synthetic Party abordaria questões relativas à coexistência entre os seres humanos e outras formas artificias de vida (um conceito designado pelo partido como “Vida com Artificiais”), bem como as questões referentes à relação dos humanos com a IA e a adaptação e educação destes para trabalhar com máquinas movidas por IA.
Até à data da redacção desta matéria, o partido contava com um total de 12 assinaturas, muito abaixo das 20 mil assinaturas necessárias para estar habilitado a concorrer às eleições. O idealista do partido, Asker Staunæs, observa que caso o Synthetic Party atinja o número exigido de assinaturas e consiga um assento no parlamento, será a IA que determinará a política e a agenda, cabendo a um ser humano, designado para tal, interpretar o programa.
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