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Uma rede criminosa que se dedicava ao tráfico de comunicações internacionais foi desmantelada pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC), na última semana, em Luanda, após uma denúncia da operadora Unitel.
Segundo avança o Novo Jornal, a rede composta por cidadãos chineses geria as operações a partir do Benfica, onde tinha, de forma clandestina, o seu centro de operações equipado com tecnologia de ponta.
O grupo, refere o semanário, controlava algumas chamadas internacionais e cobrava os serviços aos operadores internacionais como se de uma operadora oficial angolana se tratasse. O lucro mensal resultante da operação clandestina é avaliado em mais de 400 mil dólares.
A operação permitia que os valores das chamadas internacionais feitas, ao invés de irem parar aos operadores, como por exemplo a Unitel, iam parar a essa entidade falsa que transportava as chamadas de um país para outro, a preços muito mais baixos, explicou o gestor sénior de fraude e segurança da Unitel, Rui Horta, ao semanário.
O gestor disse ainda que este tipo de fraude também tem reduzido a qualidade das comunicações e fazia com que as chamadas telefónicas caíssem.
“Essa fraude não é nova no mundo das telecomunicações em Angola, desde 2015 que a Unitel tem vindo a combater esse tipo de fraude. Mas, é a primeira vez que encontramos uma rede de maior dimensão em Angola”, acrescentou.
Além de desmantelar a rede, o SIC apreendeu mais de 40 computadores, diversos equipamentos de telecomunicações e mais de três milhões de “chips” maioritariamente da operadora Africell, constatou
o semanário.
O Serviço de Investigação Criminal refere que os envolvidos incorreram na prática dos crimes de tráfico na comunicação, burla informática, acesso ilegítimo a comunicações e sabotagem nas comunicações. Há, de acordo com o SIC, suspeitas de envolvimento de outras pessoas, sobretudo agências, que colaboraram na aquisição dos milhões de chips nas operadoras Unitel e Africell.