Joaquim Cassicato 
A revista norte-americana TIME divulgou a sua lista TIME100 AI, que elege as cem personalidades mais influentes do mundo no campo da Inteligência Artificial. A seleção inclui os nomes mais icónicos do sector, como Sam Altman (CEO da OpenAI), Elon Musk (fundador da xAI e Tesla), Satya Nadella (CEO da Microsoft), Jensen Huang (CEO da Nvidia), Matthew Prince (CEO da Cloudflare) e Mark Zuckerberg (CEO da Meta), reconhecendo o seu papel fundamental no desenvolvimento tecnológico global.
Pela primeira vez, a lista conferiu um destaque significativo ao continente africano, colocando os seus líderes no mapa da inovação mundial. O ministro nigeriano das Comunicações, Inovação e Economia Digital, Bosun Tijani, e a ministra ruandesa das TIC e Inovação, Paula Ingabire, viram o seu trabalho estratégico reconhecido a nível global, ao lado das figuras mais proeminentes do Vale do Silício.
A inclusão de Paula Ingabire deve-se, de acordo com a TIME, ao seu papel pioneiro na concepção de uma das primeiras estratégias nacionais de Inteligência Artifical (IA) de África. O foco da governante na aplicação da inteligência artificial para o “bem comum”, orientando-a para solucionar desafios críticos na saúde, agricultura e serviços financeiros, foi determinante para que o Ruanda fosse visto como um laboratório de governação ética.
Por seu lado, Bosun Tijani, um empreendedor que trouxe a mentalidade de startup para o governo, foi distinguido pela liderança do ambicioso programa 3 Million Technical Talent (3MTT, posicionando o país como um hub de talento na economia digital global. “Podemos não ter a computação e a infra-estrutura, mas temos o talento”, afirmou o ministro à TIME.
A lista inclui ainda outros africanos que estão a moldar o futuro da tecnologia. Strive Masiyiwa, bilionário do Zimbábue e fundador da Cassava Technologies, por estar a investir para colmatar a carência de infra-estrutura e Mfikeyi Makayi, CEO da KoBold Metals Africa, reconhecida por usar IA para descobrir depósitos de minerais críticos, essenciais para a transicção energética na Zâmbia.
