Após surgirem, em Julho deste ano, relatos de sinais potenciais de vida em Vénus, os investigadores da universidade britânica de Cambridge publicaram um estudo a descartar a possibilidade do planeta mais próximo da Terra ter sido habitado.
De acordo com a pesquisa, citada pela imprensa internacional, o interior do planeta Vénus é “demasiado seco” para que alguma vez tenha tido água suficiente para albergar um oceano na sua superfície.
O artigo publicado na Revista Nature Astronomy, a 2 de Dezembro, diz que os resultados dos pesquisadores de Cambridge foram baseados no estudo de dados fornecidos por vários instrumentos do telescópio espacial James Webb, tendo sido concluído que o planeta tem sido provavelmente um ”mundo escaldante e inóspito” ao longo da sua história.
Quanto à conclusão, a equipa de investigadores assegurou que foi fundamental verificar que a composição dos gases vulcânicos que sustentam a atmosfera de Vénus contém apenas 6% de água, o que indicaria que o interior deste planeta, fonte do magma que liberta estes gases, é também desidratado.
Segundo os estudiosos, na Terra, as erupções vulcânicas são sobretudo de vapor, porque o interior do nosso planeta é rico em água.
“Não saberemos ao certo se Vénus pode hospedar ou já hospedou vida até enviarmos sondas no final desta década, mas é difícil imaginar porque a vida requer a presença de água líquida e este planeta não a possui”, destacou uma das autoras do estudo, Tereza Constantinou, investigadora da Universidade de Cambridge.
Até ao final desta década, a missão DAVINCI da NASA (agência espacial norte-americana) será capaz de verificar e confirmar se Vénus sempre foi um planeta seco e inóspito, através de uma série de voos rasantes e do envio de uma sonda à superfície.
Os resultados poderão ajudar os astrónomos a concentrarem-se noutros exoplanetas, fora do Sistema Solar, que têm maior probabilidade de serem capazes de sustentar vida, observaram os autores.