AAI pede mais empresas privadas e menos estatais no mercado de cabos submarinos

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O posicionamento foi expresso pelo presidente da Associação Angolana de Internet (AAI), Sílvio Almada, na sequência da autorização de adesão da Angola Telecom ao cabo submarino Equiano, pelo  Presidente da República, João Lourenço, por via do Despacho Presidencial n.º 291/24 de 10 de Dezembro.
 
No documento, o Presidente da República autoriza também a despesa no valor global de 168 milhões de dólares, para suportar os custos da adesão a este que é o terceiro cabo internacional privado de propriedade da Google e o 14.º cabo submarino com investimento da empresa norte-americana.
 
Para o presidente da Associação Angolana de Internet (AAI), Sílvio Almada, a ligação ao cabo submarino Equiano concede maior robustez à infra-estrutura de conectividade nacional, na medida em que permite que os operadores tenham maior redundância.
 
Os custos das ligações dos operadores para o exterior do país também podem registar reduções com a expansão para o Equiano, contudo, observa que isso não é, para já, garantido, visto que “os que detêm as ligações internacionais (Angola Telecom, Angola Cables e Unitel) são todas empresas do Estado”.
 
Neste sentido, Sílvio Almada apela por uma maior presença de empresas privadas nesse sector de telecomunicações ao mesmo tempo que defende uma presença reduzida do Estado.
 
“Que não fosse só o Estado a investir, o Estado já tem muita coisa para tratar. É necessário que se criem condições para as empresas privadas terem algum incentivo para investir nesse sector,” disse em declarações ao Portal de T.I.
 
Olhando para a experiência de outros países, Sílvio Almada entende que, para Angola, a criação de um consórcio de empresas, no qual poderiam estar também empresas estatais com quotas inferiores às das empresas privadas, seria uma alternativa a considerar.
 
“Noutros países, não é só o Estado que opera esses sistemas, há sempre um consórcio de empresas que prestam esses serviços, deixando o Estado tratar doutras questões,” disse, observando, entretanto, que “se ninguém estiver a investir, aí sim é lógico que o Estado entre, porque não podemos ficar de fora”.
 
Retenção do tráfego local
 
Com a adesão ao Equiano, o presidente da Associação Angolana de Internet espera que a capacidade de retenção do tráfego local às fronteiras nacionais seja reforçada, mediante a ligação ao Ponto de Intercâmbio de Internet (IXP) detido pela associação, a depender do ponto de ligação desse cabo a Angola. 
 
“Ainda não tenho dados concretos sobre onde vai aterrar, mas a depender do ponto de aterragem acho que deveríamos ter um nó nesse ponto, para que tudo que tivesse a ver com o tráfego local manter-se local, de modo que o uso dos canais internacionais ocorra somente quando necessário”, referiu.
 
O Despacho Presidencial n.º 291/24 de 10 de Dezembro delega ao ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira, a competência, com a faculdade de subdelegar, para a prática dos actos necessários à efectivação da adesão da Angola Telecom ao cabo submarino Equiano.
 
O documento autoriza igualmente a ministério das Finanças, Vera Daves de Sousa, a disponibilizar os recursos financeiros necessários para a execução do projecto.
 
Sobre o cabo submarino Equiano
 
Nomeado em homenagem a Olaudah Equiano, um escritor e abolicionista nigeriano que foi escravizado durante a infância, o Equiano é um cabo submarino de fibra óptica de última geração baseada na tecnologia de multiplexação por divisão espacial (SDM), com 12 pares de fibras e capacidade de projecto de 144 Tbps.
 
Ele liga Europa à África, partindo de Sesimbra, em Portugal, até à Cidade do Cabo, na África do Sul. Ao longo do seu percurso, estabelece pontos de ligações no Togo, na Nigéria, ilha de Santa Helena, Namíbia, África do Sul e, com este passo do Governo, vai ligar-se também em Angola.
 
Nos países e territórios abrangidos pelos seus mais de 15.000 quilómetros, espera-se que o cabo submarino Equiano eleve capacidade de transporte para diferentes serviços de comunicações electrónicas, como aplicações de trabalho à distância, transmissão de TV em alta definição (HD TV), serviços de Internet, videoconferência, multimédia avançada e aplicativos de vídeo para dispositivos móveis.

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