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Três anos após o seu lançamento, o satélite angolano Angosat-2 conta já com 90% dos serviços vendidos na Banda C e 36% na Banda K.U, revelou este domingo (12) o coordenador para o Programa Nacional de Educação Espacial do Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional (GGPEN), Lumonansoni André.
O gestor, que falava à Angop, recordou que o Angosat-2 dispõe ao todo de três bandas de operação, incluindo a K.A. Juntas, ainda reservam muitas capacidades para vender que ajudarão, dentro dos próximos anos, a obter o retorno total sobre o investimento feito no satélite angolano, realçou.
Quanto percepção pública dos efeitos do Angosta-2 na vida dos cidadãos, o gestor explicou que o GGPEN vende as capacidades do satélite às empresas revendedoras, cabendo a estas a distribuição dos serviços aos clientes finais, e não interfere nos assuntos internos delas.
“Obviamente que fizemos um acompanhamento para aferir se de facto o serviço está a ser distribuído, mas quem distribuiu esses serviços são as empresas. A explicação técnica, primeiro, tem a ver com infra-estruturas espaciais, que devem ser construídas dentro daquilo que são os valores e as estratégias do sector”, argumentou.
Entre os principais clientes grossistas dos serviços do Angosat-2 está a Angola Telecom, a MSTelecom, a Infrasat, a ITA e o Grupo Paratus, que adquirem grandes volumes de capacidade e revendem a operadoras como a Unitel e a Movicel, responsáveis pela oferta dos serviços ao utilizador final, disse.
O gestor referiu ainda que efeitos do Angosat-2 começam a ser visíveis noutros sectores. O GGPEN, expôs, tem apoiado a Administração Geral Tributária (AGT) com o desenvolvimento de uma plataforma digital para cobrança do imposto predial, permitindo passar de um controlo de 400 mil para mais de 11 milhões de habitações.
A instituição criou ainda a Tech-Ecologia, ferramenta que monitoriza derrames de petróleo ao longo da costa angolana, e a Tech-Minas, tecnologia direccionada ao sector mineiro, usada por empresas como a Endiama e a Catoca para prevenir desastres e optimizar operações.
No domínio agrícola, a plataforma Tech-Agro aplica imagens de satélite e inteligência artificial para apoiar a agricultura de precisão, ajudando a determinar os tipos de cultivo adequados a cada região.
A propósito da Semana Mundial do Espaço, celebrada entre 4 e 10 de Outubro, o dirigente salientou que o evento “representa uma plataforma para Angola apresentar ao mundo o que tem feito no Programa Espacial Nacional e como as suas tecnologias contribuem para a diversificação da economia e para o aumento das receitas do Estado.
Nota: este texto contém dados actualizados.