Davos: se o cibercrime fosse um Estado, seria a terceira maior economia global depois dos EUA e da China

Davos: se o cibercrime fosse um estado, seria a terceira maior economia global depois dos EUA e da China

Foi nestes termos que o primeiro-ministro da Albânia, Edi Rama, expressou a sua preocupação sobre a crescente ameaça que o mundo enfrenta no quesito da segurança cibernética. A afirmação foi proferida durante uma conferência de imprensa organizada à margem do Fórum Económico Mundial (FEM), na Suíça, e baseia-se em um relatório de 2020 da Cybersecurity Ventures.

No entanto, se as revelações trazidas pelo relatório da Cybersecurity Ventures já não eram boas, os dados do novo relatório do FEM sobre a segurança cibernética (Global Cybersecurity Outlook 2023), apresentado no evento pelo director administrativo do FEM, Jeremy Jurgens, são ainda mais alarmantes. De acordo com o relatório, a actual crise geopolítica, agravada pelo conflito no leste europeu, torna iminente uma catástrofe cibernética à escala global.

O documento refere que essa é uma crença partilhada mundialmente por 86% dos líderes organizacionais e por 93% dos líderes responsáveis pela segurança cibernética. Para estes líderes, a instabilidade geopolítica global é moderada ou muito provável de levar a um evento cibernético catastrófico já nos próximos dois anos. O relatório revela também que 43% dos líderes organizacionais acreditam que os ataques cibernéticos terão um impacto material nas suas organizações, enquanto 27% dos mesmos acredita que alcançaram a resiliência cibernética.

Escassez de habilidades mantém-se um ponto crítico, mas investimento no sector deverá crescer nos próximos anos

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Outra preocupação levantada pelo relatório prende-se com o baixo nível de habilidades em segurança cibernética por parte das organizações, com 34% dos entrevistados reconhecendo haver falta de habilidades específicas ao sector nas equipas que dirigem e 14% afirmando que as suas equipas carecem de habilidades específicas para garantir a protecção das organizações.

O documento traz, por outro lado, indicadores de que o número de organizações preocupadas com a questão da segurança cibernética tem crescido, levando a prever que o investimento no sector deverá crescer nos próximos anos. De acordo com o director do FEM, os líderes empresariais vêem cada vez mais a segurança cibernética como parte do seu plano de investimento estratégico, com 49% deles dizendo que a segurança cibernética os ajuda a avaliar os países com os quais decidem investir.

Jeremy Jurgens considera que as preocupações levantadas pelo relatório excedem em muito o que foi verificado nas pesquisas anteriores do FEM, tendo igualmente observado que no cenário geopolítico actual, “os ataques cibernéticos podem se espalhar de forma imprevisível, como vimos no ataque VA-SAT, que inicialmente pretendia desligar os serviços de comunicação para os militares ucranianos, mas interrompeu parte da produção de eletricidade em toda a Europa”.

Para o primeiro-ministro albanês, a resposta para a actual crise cibernética passa, pelo menos para a Europa, pela superação da burocracia e pela criação de coalizações maiores que garantam a defesa dos Estados. Pois, refere, “enquanto os estados da União Europeia estão sempre a lutar para encontrar um consenso sobre as suas estratégias, os actores destes crimes estão extremamente interconectados, não precisam se sentar em reuniões intermináveis e não precisam lidar com vetos”.

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