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Os dados constam do novo relatório da Associação do Sistema Global para Comunicações Móveis (GSMA), divulgado nesta segunda-feira (3) no Mobile World Congress, evento no qual participa também uma delegação angolana de alto nível chefiada pelo ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira.
O relatório mostra que os investimentos anuais em infra-estrutura de Internet móvel são estimados em 127 biliões de dólares, dos quais 109 biliões vêm de operadoras de rede móvel. O valor inclui investimentos em backbone (4,5 biliões, representando 4%), core e backhaul (35,8 biliões, representando 15%), e acesso (87,0 biliões, correspondendo a 36%).
Contudo, o valor não inclui os dispositivos de utilizador final, que é de longe o maior segmento de investimento com 116,6 biliões de dólares em financiamento, representando 48% do volume total investido pelos operadores.
Somando os investimentos anuais feitos globalmente pelos operadores de rede móvel em backbone, core e backhaul, acesso, e dispositivos de utilizador final, obtém-se um total de 224 biliões de dólares norte-americano.
Este valor, quando dividido por regiões, mostra que a Ásia-Pacífico, incluindo a China, é a maior região, com 117 biliões de dólares em investimento, seguida pela América do Norte (55 biliões), Europa (38 biliões), Médio Oriente e África (19 biliões) e a América Latina (15 biliões).
Governos devem priorizar políticas de investimento positivo para as operadoras
O relatório refere que as operadoras móveis fazem esses investimentos mesmo obtendo menos benefícios económicos em relação aos outros participantes do ecossistema digital dessa infra-estrutura crítica. Nesse sentido, a contribuição das operadoras de rede móvel supera os investimentos em conectividade feitos por outros grupos de investidores, como provedores de serviços em nuvem e provedores de conteúdo e aplicativos.
Para o director de regulamentação da GSMA, John Giusti, estes dados destacam a importância das redes móveis na construção de infra-estrutura crítica que permite a transformação digital global e pede, por isso, que os governos priorizem políticas que criem um ambiente de investimento positivo para as operadoras de redes móveis.
“Este relatório deixa claro: as operadoras de rede móvel são a pedra angular da economia da Internet, financiando a grande maioria da infra-estrutura que permite a vida digital moderna. (…) Este estudo demonstra claramente que, se os governos desejam desbloquear todo o potencial das suas economias digitais, eles devem priorizar políticas que criem um ambiente de investimento positivo para as operadoras de rede móvel”, disse.
À semelhança doutros países africanos, Angola busca aumentar a conectividade digital e promover o crescimento económico através de redes avançadas, incluindo o 5G e futuras gerações de tecnologia móvel. Para alcançar essa expansão e assegurar a inovação contínua neste segmento das telecomunicações, a GSMA apela aos governos que adoptem estruturas regulatórias prospectivas que incentivem o investimento em infra-estrutura móvel, simplifiquem as políticas de espectro e criem um ambiente financeiro justo e sustentável para as operadoras.
A edição 2025 do Mobile World Congress, que iniciou no dia 3 e termina hoje, 6 de Março, tem no centro das atenções a inteligência artificial e a tecnologia 5G. A participação de Angola, nesta que é a maior feira de tecnologia móvel e conectividade do mundo, tem como objectivo a busca de parcerias para a infra-estruturas de chaves públicas e transformação digital.