A Libéria está a estudar a possibilidade de licenciar o Project Kuiper da Amazon, como forma de aumentar a concorrência no sector das telecomunicações e reduzir os custos de acesso à Internet para os seus cidadãos. A iniciativa surge numa altura em que o país pretende modernizar a sua infra-estrutura digital e tornar a banda larga mais acessível.
A Autoridade de Telecomunicações da Libéria (LTA) confirmou que está a reavaliar os seus quadros de licenciamento para abrir portas a novos fornecedores de satélite. O objectivo, segundo a LTA, é reformular a conectividade do país, aproveitando tecnologias inovadoras para fomentar uma maior oferta no mercado.
A Starlink, da SpaceX de Elon Musk, opera na Libéria desde Janeiro, com pacotes que rondam os 40 a 50 dólares mensais. Apesar do serviço ter melhorado o acesso, especialmente em zonas rurais, a LTA acredita que a entrada de um concorrente directo, como a Amazon, poderá baixar os preços e aumentar a qualidade do serviço.
O Project Kuiper pretende colocar 3.232 satélites em órbita terrestre baixa, com o início dos serviços comerciais previsto para finais de 2025. A rede da Amazon tem como missão conectar escolas, hospitais e empresas em regiões com acesso limitado ou inexistente à Internet.
O mercado global de satélites de órbita baixa está em forte crescimento, estimando-se que atinja um valor de 31,15 mil milhões de dólares até 2033. A Libéria espera que, ao posicionar-se cedo neste sector, possa atrair investimento e acelerar o seu crescimento digital, num país onde apenas cerca de 32,4% da população tem acesso à Internet.