Ferreira Manuel 
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A Multirede Angola é uma empresa de tecnologia que iniciou as suas operações no país em 2002, estabelecendo-se nos segmentos de venda de soluções de tecnologia de informação, em consultoria e na formação voltada para processos operacionais e governança de tecnologia de informação.
Em mais de duas décadas de operações, o director executivo da Multirede Angola, Roberto Adão, afirma terem sido várias as transformações verificadas no mercado tecnológico nacional.
“A partir de 2002, começaram a ser feitos grandes investimentos em tecnologia e, de lá para cá, o crescimento a nível do sector tem sido muito grande”, disse, à margem da 4.ª edição do Angola Digital Forum, realizado pelo Portal de T.I e Mwango Brain.
Roberto Adão considera que nos anos 2010-2012 assistiu-se ao que chama de “chaveamento do mercado”, pois, segundo relata, foi um período em que os quadros nacionais que foram em formação para o exterior começaram a retornar em massa ao país. Segundo o executivo da Multirede Angola, estes quadros traziam consigo novos saberes sobre tecnologia que ajudaram em muitos aspectos as empresas do sector que na altura enfrentavam grande escassez de profissionais qualificados.
“Em 2002, os profissionais que encontrámos tinham um legado muito grande em termos de experiência, mas ainda apresentavam muitos vícios de processos. Essa dificuldade foi superada com a entrada dos profissionais recém-formados no exterior, que traziam um conhecimento profundo em tecnologia, permitindo uma grande mudança no sector”, afirmou.
Reconhecendo o potencial transformador dos quadros nacionais, Roberto Adão admite que a capacitação profissional continuará a ser um desafio constante, não por falta de programas de formação, mas porque a tecnologia evolui muito rápido e os quadros em todo mundo são escassos, apesar do esforço empreendido.
Todavia, recordou que a estabilidade da economia é crucial para o equilíbrio do mercado tecnológico e, nesse aspecto, as variações cambiais têm dificultado o trabalho tanto de quem compra como de quem vende produtos ou serviços tecnológicos, disse, realçando a questão como o principal desafio da empresa.
Para o futuro, Roberto Adão espera que a colaboração entre as empresas e o governo continue a ser reforçada, para garantir não só o crescimento do sector tecnológico nacional, mas da economia como um todo.
