A ONU aprovou por unanimidade a criação de duas novas instituições para a governança global da inteligência artificial. O consenso histórico, alcançado após seis meses de negociações intensas, deve-se em grande parte à liderança e à capacidade conciliadora da delegação do Quénia.
Representando o Grupo dos 77 e a China (um bloco de 134 países em desenvolvimento), o Quénia foi incumbido de elaborar as estruturas institucionais iniciais e de construir uma posição comum dentro do seu próprio bloco, um passo crucial para o sucesso das negociações. A missão queniana em Nova Iorque, liderada pelo Embaixador Ekitela e por Tony Oweke, foi elogiada pela sua excecional habilidade negocial.
O enviado especial do presidente do Quénia para a Tecnologia, Philip Thigo, reconheceu publicamente o trabalho da sua equipa, sublinhando o papel fundamental do país em mediar interesses diversos e conduzir o processo até um acordo unânime entre os 193 Estados-membros.
As instituições resultantes deste esforço são um Painel Científico Independente sobre IA, que fornecerá avaliações baseadas em evidências, e um Diálogo Global sobre Governança da IA, que servirá como plataforma para fortalecer a cooperação internacional.
Esta estrutura inovadora foi concebida para funcionar de forma interdependente, com as evidências científicas a fundamentarem as discussões políticas, traduzindo pesquisas em cooperação global viável. O modelo reconhece o potencial da IA para enfrentar desafios globais, mas também os seus riscos, que exigem uma supervisão internacional coordenada.
A aprovação unânime deste marco na governação da inteligência artificial coroa não só um esforço colectivo global, mas também posiciona o Quénia como um actor diplomático de peso e um facilitador chave na governação tecnológica mundial.




