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            A Tech by Tech, uma startup angolana de tecnologia, desenvolveu uma plataforma de verificação de identidade digital que promete validar a identidade de cidadãos e empresas em menos de cinco minutos, com recurso a tecnologias que funcionam mesmo sem ligação à Internet. O sistema, denominado AngolaID, visa responder a ausência sistemas de identificação digital no país e já está em fase de testes.
Ao Portal de T.I, a startup explicou que o AngolaID propõe-se a enfrentar três desafios centrais no contexto angolano: a inexistência de um sistema digital fiável de verificação de identidade digital; o crescimento das burlas em transacções electrónicas e a dificuldade em identificar pessoas em situações de emergência, como crianças perdidas, vítimas de acidentes ou cidadãos em situação de vulnerabilidade.
A solução combina várias funcionalidades, entre as quais a verificação biométrica com prova de vida por vídeo, assinatura digital com validade legal e carteira de documentos autenticados.
Humanização e solidariedade digital
O AngolaID também permite gerar código QR offline contendo dados de emergência do cidadão, como nome, contactos de referência e informações básicas de saúde, que podem ser acedidos mesmo sem Internet. Estes códigos QRs podem ser impressos e utilizados por cidadãos sem acesso a meios digitais, e são particularmente úteis em zonas com fraca conectividade.
“Estes códigos QRs podem ser impressos e ajudam em casos como crianças perdidas, idosos ou doentes mentais desorientados, vítimas de acidentes inconscientes ou ainda pessoas desaparecidas sem documentos. Evitam também uma prática infelizmente comum em Angola: a partilha de imagens de vítimas nas redes sociais, com rostos expostos, em momentos de dor e vulnerabilidade”, explica Juvenal Lunguenda, CEO da startup.
Com um simples scan do código QR, é possível contactar familiares de forma rápida, humana e segura, reforça Juvenal, sublinhando que mais do que uma funcionalidade, o código QR de emergência gerado pelo AngolaID “é um serviço cívico que promove dignidade, responsabilidade e solidariedade digital.
Um “ecossistema de identidade digital”
A startup realça que o AngolaID “vai além de uma simples carteira digital”, ela constitui um “ecossistema de identidade digital” com arquitectura modular e interoperável, preparado para integração com serviços públicos e privados, incluindo bancos, plataformas de saúde, sistemas de educação, comércio electrónico e administração pública.
Pela sua configuração, o AngolaID pode ser usado, por exemplo, para automatizar processos de inscrição escolar, concursos públicos ou atribuição de subsídios, actuando como uma espécie de login digital único e permitindo, segundo a startup, reduzir a fraude e os custos administrativos no sector público.
Inclusão digital, autonomia e controlo de dados
A Tech by Tech afirma que a solução respeita a Lei da Protecção de Dados Pessoais em vigor no país e que o funcionamento da plataforma baseia-se na “autonomia e controlo do cidadão sobre os seus próprios dados”.
Segundo a startup, a arquitectura descentralizada do AngolaID garante que “nada é partilhado sem o consentimento explícito do utilizador”, e a protecção dos dados é assegurada por criptografia, autenticação reforçada e registo de consentimentos.
A tecnológica salienta ainda o potencial do AngolaID no combate à exclusão digital, permitindo o seu uso por agentes comunitários e a disponibilidade em navegadores móveis simples. A solução também incorporar assistentes virtuais com orientação audiovisual para utilizadores com baixa literacia digital, reforça a startup.
O AngolaID foi vencedor do concurso de identificação de clientes promovido pela Empresa Interbancária de Serviços (EMIS) em 2024 e já foi testada por mais de 2.200 utilizadores, entre os quais profissionais do sector financeiro, empreendedores digitais, representantes da EMIS e membros de programas apoiados pela União Europeia e pelo Banco Mundial.
Além da vertente tecnológica, o projecto prevê um compromisso social: 1% dos lucros da plataforma será destinado ao combate à malária, uma das principais causas de morte no país. A Tech by Tech prevê para breve o alargamento dos testes para integração em ambientes comerciais e institucionais no país. Para aceder à versão de demonstração pública, clique aqui.
			        
			        
															
															