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O Zimbábue está a preparar-se para reforçar o seu programa geoespacial e espacial nacional com o lançamento de três satélites adicionais, para melhorar as capacidades de observação da Terra e a infra-estrutura de telecomunicações do país.
A informação foi confirmada ao semanário local The Sunday Mail pelo ministro das Finanças e Desenvolvimento Económico do Zimbábue, Mthuli Ncube, que referiu que o projecto conta com a parceria do Japão.
“Estamos a trabalhar em mais satélites, com mais três a caminho. O Japão foi parceiro do Zimbábue no desenvolvimento do nosso satélite espacial. Agora, estamos a avançar para a segunda fase de construção de outro satélite espacial, novamente com o apoio do Japão, que tem treinado os nossos graduados nesse sentido”, disse o ministro.
Em declarações ao semanário, o coordenador da Agência Nacional Geoespacial e Espacial do Zimbábue (ZINGSA), Painos Gweme, destacou que o objectivo a longo prazo do Zimbabué é fabricar internamente os seus satélites espaciais. Para tal, o governo zimbabueano tem estabelecido parcerias com países de referência neste domínio, entre os quais o Japão e a Rússia.
“O programa de investigação colaborativa está a ser feito para construir a nossa capacidade humana local capaz de projectar, fabricar, testar e lançar satélites, estabelecer estações terrestres, fazer ligações descendentes e ascendentes de dados, e monitorar e controlar satélites ao longo da sua vida em órbita”, sublinhou.
Neste sentido, continuou, até Junho deste ano será possível obter o feedback concreto sobre o progresso do segundo satélite do país, o ZimSat-2, um dos três a serem construídos.
O ZimSat-2, que segue o ZimSat-1 lançado em 2022, é também um satélite de observação da Terra e, segundo a ZINGSA, está actualmente em desenvolvimento com recursos avançados e tem lançamento previsto para o final de 2024.
“O principal objectivo destes satélites de observação da Terra é fornecer dados científicos da situação actual do país. (…) O ZimSat-2 terá sensores mais avançados que o primeiro e as resoluções de imagem serão melhoradas. O projecto ZimSat-2 garantirá que as competências locais sejam designadas e que a transferência de tecnologia seja realizada e localizada. Acima de tudo, teremos a continuidade garantida do monitoramento da paisagem nos próximos dois a quatro anos”, explicou Painos Gweme.
O Zimbábue lançou em 2022 o seu primeiro satélite de observação da Terra, o ZimSat-1, para transmitir dados da órbita para o centro de comando na estação terrestre de Mazowe, situada na província central de Mashonaland. Desde o seu lançamento, tem auxiliado no mapeamento de áreas agrícolas e de exploração mineira.