Conversas 4.0: A indústria musical e os desafios da transformação digital

O programa Conversas 4.0 desta terça-feira (19), foi marcado pela presença do cantor e empresário Big Nelo e o músico Heavy C como convidados, e António Pinto na condição de convidado de residente, onde debateram o tema “A indústria musical e os desafios da transformação digital”. 

Em nota introdutória, o moderador Edilson Almeida, frisou que com o passar dos tempos e agora com as novas tecnologias, os músicos mais ousados têm a tendência de manterem-se no circulo com as novas ferramentas, uma vez que na Europa, Ásia e América, muitos já usam as tecnologias para escalarem os seus objectivos e oferecer as suas propostas musicais.

Em resposta a primeira questão do moderador, sobre como a indústria musical em Angola está a ser impactada pela transformação digital, Big Nelo assegurou que o impacto abrange em todos os sentidos apesar do processo longo, porque Angola é agora dos poucos países que ainda comercializa CDs, mas os músicos têm agora a tarefa de se readaptarem face aos novos avanços.

“Países africanos como a Nigéria e África do Sul que já estavam muito avançados na altura, já tinham uma plataforma diferente, uma vez que por lá os direitos autorais já funcionam. Os artistas já perceberam que o futuro da música passa pelas plataformas digitais “, alegou o CEO da Karga Music, apontando que em Angola ainda não se ganha o dinheiro que se pretende com os formatos digitais, tendo adiantado que dentro de cinco anos, não se falará de outra coisa a não ser das plataformas que já existem e as que vão existir.

Na visão de Big Nelo, os angolanos fazedores de música desconhecem a realidade, mas admite que já existe um passo considerável dos empresários do sector. “É uma coisa nova para a maior parte das pessoas, mas defendo que não tarda para chegarmos a este ponto. Já podemos ver os lives e artistas a ganharem dinheiro através do YouTube, apesar da nossa internet ainda não atingir o nível desejado”, defendeu.

Já Heavy C ao debruçar-se sobre os desafios que a indústria musical enfrentou no ano de 2020, sobretudo na transformação digital, argumentou que hoje os músicos saíram dos grandes palcos para adaptarem-se às novas tecnologias, apesar de vivermos nesta fase em que a internet em Angola é o calcanhar de Aquiles.

“A digitalização é um fenómeno que ninguém trava. E os artistas têm de se organizar, digo isto não só na música, mas de forma geral. Portanto, é um mal necessário, este processo é como uma actualização de software tal como os computadores. Hoje em dia já não existem pentium I ou IV pois sofreram actualizações “, observou.

Como apreciador de música, António Pinto, destacou que desde o fim dos anos 90 que a nossa música sofre grandes transformações nas rádios e televisões e é óbvio que com o advento da internet alterou-se ainda mais o modo de consumo.

“O coronavírus teve um impacto brutal na indústria musical e eu acho que só veremos uma luz no fundo do túnel no final deste ano ou em 2022, e de certa forma, estamos a criar uma nova forma de consumo cultural”, disse o convidado residente, concluindo que, “as redes sociais estão cada vez mais a ser as relações públicas dos artistas para exporem os seus trabalhos e o seu dia-a-dia. Nós como ouvintes, compramos este pacote completo de toda esta interação dos músicos com os fãs e a tecnologia 5G vai dar um empurrão forte na questão da qualidade e o consumo através dos samartphones e tablets, e a música vai tirar partido desta componente tecnológica, pois no futuro teremos coisas ligadas a inteligência artificial também e o aprendizado de máquinas que vão alterar os gostos das plataformas de streaming em função das nossas playlist”.

Na recta final do debate, Heavy C considerou que os artistas angolanos vão viver nos próximos tempos uma espécie de “assassinato musical”, porque basta ligar a televisão e ver que o mundo transformou-se.

“Os músicos devem pensar fora da caixa, têm de se formar bons técnicos e esta dimensão também passa como uma actualização de dados para que as pessoas estando em casa tenham uma melhor apreciação em termos musicais”, sugeriu o produtor.

O debate no Conversas 4.0 decorre todas as terças-feiras, das 10 as 11 horas, com a moderação de Edilson Almeida e tem continuidade também as terças-feiras, em formato de Live, na página do Facebook do Tech 21 Africa.

 
 
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