Neste terça-feira (9), o Conversas 4.0 abordou o tema “Transformação digital na comunicação social”, com o director de marketing da NCR Coporate, António Pinto, que na posição de convidado, debruçou questões sobre o posicionamento das empresas angolanas nas redes sociais e o por que elas devem adaptar-se as mudanças.
Na perspectiva de António Pinto, a comunicação em Angola pode melhorar ainda mais com o lançamento do Angosat 2, que trará uma melhoria para as conexões e produtividade no trabalho do jornalista.
“O acesso as fontes de informação tendem a ser mais fáceis, rápidas e directas em relação há alguns anos atrás, por exemplo, reportar um acontecimento no Cuando Cubango, demorava muitas horas até alguém estar no local e depois enviar os dados por fax ou telefone, e até chegar à redacção era um processo muito burocrático. Mas hoje em dia este mesmo cidadão pega no seu telemóvel, começa a filmar, faz um live no Facebook e num instante centenas de pessoas ficam a par do que está a se passar e de repente torna-se viral”, argumentou o profissional de marketing, em defesa de que a digitalização faz parte de uma das vantagens trazidas pela Covid-19.
António Pinto acredita que nos próximos anos, as plataformas como o Facebook e o Twitter vão começar a criar algoritmos, aplicar tecnologia e inteligência artificial de forma a impedir a expansão de “fake news”.
“Vimos isto nos últimos acontecimentos no Capitólio dos EUA, com o Twitter a impedir o presidente em exercício, Donald Trump, de partilhar alguma informação, porque passava uma perspectiva que não era a informação correcta”, apontou o dirigente empresarial, sem deixar de referir que os smartphones empoderam qualquer cidadão de se tornar um suposto jornalista, um criativo ou um produtor de conteúdos.
“Vivemos numa sociedade em que as pessoas querem ser conhecidas, famosas, digital influencers e alguns encaram isto como uma profissão e há este interesse das pessoas em produzir conteúdos sem verificar as fontes ou ter a autorização de onde foi partilhada a informação e isto desvirtua um pouco a profissão dos jornalistas”, disse o director de marketing, acrecentando que, “há um ganho de espaço para um público jovem especialista em blogues, que fazem notícias, anúncios de produtos de beleza, moda ou tecnologia”.
Nos últimos minutos, o técnico de T.I, Renato Freitas, entrou na conversa por telefone e como quadro de uma empresa de comunicação social, alegou que se os órgãos de comunicação não se modernizarem face as mudancas, ficarão para atrás.
“A tecnologia está a evoluir tão rápido que não tem como continuarmos a fazer as mesmas coisas que fazíamos há cinco anos atrás. Antigamente víamos um jornalista ou um fotógrafo que ao fazer um trabalho, tinha de levar um aparato de materiais como câmaras, cabos, microfones e muito mais, e hoje com um smartphone, ele já consegue fazer a mesma reportagem, mas com uma qualidade acima da média e enviar a informação no momento em que estiver a trabalhar”, destacou.
“É claro que tem as desvantagens, porque como quase todos devem saber, a tecnologia não é barata, mas ao investirmos, teremos um retorno, se calhar muito superior em relação ao que gastamos para ter esta tecnologia. Hoje, as empresas têm de começar a ver isto como uma ferramenta essencial”, concluiu.
O programa Conversas 4.0 decorre todas as terças-feiras, das 10 as 11 horas, na rádio LAC, com a moderação de Edilson Almeida.
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