Nesta terça-feira(02), o Conversas 4.0 trouxe como tema: “Transformação Digital no Sector Marítimo-Portuário”, trazendo ao estúdio, Domingos Fortes, mestre em Gestão de Transportes Marítimos e Gestão Portuária, Patrice Henriques, director de operações da Unicargas, Massoxi Bernardo, director de tecnologias de informação do Porto de Luanda e o economista, Mário Mendes.
Edilson Almeida, moderador do programa, a implementação do sistema digital para o sector portuário é mais que instalar um software, treinar uma equipa para utiliza-lo e garantir bons resultados. Mas é necessário garantir que mesmo com os códigos de informação, tudo esteja dentro do que está planeado, mas nem sempre os profissionais amadores (portuários e despachantes) sabem como assegurar um sistema de sucesso e o software introduzido que serve para facilitar a gestão, pode tornar-se numa dor de cabeça.
Para esta afirmação, o director de formação da Academia Portuária de Luanda, Kiesse de Araújo, surgiu em última para classificar que esta questão é um dos desafios a enfrentar para o capital humano ligado ao sector marítimo-portuário.
“A questão será capacitar os nossos colaboradores com competências para lidar com estas tecnologias, porque depois será um investimento que não vai ter o seu retorno esperado e voltaremos outra vez aos papeis. A tecnologia é só um meio de fazer as coisas e não uma solução em si”, avaliou.
Mário Mendes foi mais longe ao sugerir a implementação da plataforma Tranding Lades, capaz de fazer um acompanhamento desde a mercadoria, o produto, o seu ponto de origem até ao ponto final. Atento a última declaração, Massoxi Bernardo revelou que no nosso sistema a iniciativa já foi criada.
“Hoje temos um porto praticamente para todos os nossos clientes, desde o início de desalfandegamento até a retirada das mercadorias com o processo todo digital”, começou por dizer o director de Tecnologias de Informação do Porto de Luanda, apresentando o Port Conunity Sistem (PCS), janela única portuária, onde todas as entidades do serviço entram no sistema digital.
“Estamos a falar da marítima, da AGT, a sanidade, o próprio porto como autoridade, os terminais e depois temos os clientes, os despachantes e os transitários, e isto tudo já é controlado com este sistema”, disse.
“Fora disto temos um outro portal sem precisar de papel, e este portal totalmente de pagamento é praticamente a conta corrente do cliente que a partir do seu escritório pode muito bem fazer todo o movimento, como exemplo ‘as faturas por pagar, faturas pagas, pode haver notas de crédito e suscintar o pagamento ao banco e depois seguir para o terminal’, frisou o especialista em TICs, sem deixar de mencioar o sistema da portaria do Porto de Luanda, para controlar a legalidade do documento para a saída de mercadoria.
Para Patrice Henriques da Unicargas, “o objectivo é tornar a actividade portuária mais inteligente e para isso precisaremos sim digitalizar um ou outro sector, o que vai contribuir sobretudo em Luanda, para a fiscalização no sector logítico local e regional, sabendo que temos países que fazem fronteira connosco que precisam do nosso porto”.
Em conclusão, o economista Mário Mendes destaca o serviço Cloud Computing como solução para tranformar os vários sistemas portuários para terem os seus próprios servidores.
“Iríamos transferir todos os dados numa Cloud, permitindo melhor comunicação entre os sistemas e fazer com que o acesso seja móvel. Posso ter um operador que eu não preciso necessariamente sentar num computador, mas nos terminais e centros das operações, dão-me as informações em tempo real para que as decisões de transmite de cargas e outros bens no porto sejam mais rápidas”.
Já o formador portuário Kyesse de Araújo, os agentes geram vários dados todos dias ligados aos números de importação e toda esta massa para a inteligência artificial, podem ser utilizadas aplicando algoritimos e fazer previsões de quantos navios vão atracar no porto, quantas mercadorias estiveram sob estadia e como reduzir.
“Isto também acarreta muitos custos para quem importa e eu acho que utilizando os dados que há a favor da tomada de decisão, é um dos aspectos importantes a ter em conta na actividade portuária”.
O programa Conversas 4.0 decorre todas as terças-feiras, das 10 as 11 horas, com a moderação de Edilson Almeida.
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