A LAC emitiu, nesta terça-feira (14) o programa conversas 4.0, que contou com a participação de Gospel Fita, CEO da Tecno Society e do Engenheiro de Petróleos, Alcino Camota, que é também Director de Projectos da Tech21 África, para uma abordagem sobre o impacto das tecnologias emergentes na agricultura.
O tema, que ficou sob moderação de Edilson Almeida, teve maior concentração nos desafios e oportunidades das novas ferramentas tecnológicas, para a o desenvolvimento e evolução agrícola em Angola.
Gospel Fita começou por apontar a existência muitas alternativas de tecnologias emergentes para se inovar o sector agrícola e melhorar a produção no país.
“A aplicação de sistemas embarcados como RF ID ( Identificador por Rádio Frequência) para o controlo de animais; o uso de sensores como GY 91, para se ver a pressão da atmosfera; o uso do MQ7 – um sensor para identificar a existência de monóxido de carbono, são sistemas utilizados para inovar o sector agrícola”, disse.
Acrescentou que a utilização de nano-satélite possibilita a identificação de existência de água, ou não, nas terras.
Por outro lado, Alcino Camota salientou que com uso das tecnologias de informação e comunicação (TIC), algumas plantações podem ser feitas de maneira automatizada. O seu raciocínio levou-lhe a afirmação de que ” a nossa agricultura ainda é manual “, e que ” transformá-la em moderna e automatizada requer investimento muito alto”.
A capacitação de mão de obra foi também uma das questões que chamou a atenção do engenheiro.
“É fundamental nós capacitarmos os nossos agricultores, com informação e conhecimento, livrando-os da agricultura de subsistência. Nós estamos a sair da época da fazenda tradicional para uma fazenda que está ligada à internet, que nos fornece dados e esses dados são processados por Big Data, que têm previsões mais eficientes sobre aquilo que vai acontecer no futuro”, disse.
Segundo Alcino Camota, a maior dificuldade do não financiamento da banca ao sector agrícola deve-se aos riscos associados à ela. O engenheiro argumentou que os riscos assentam na imprevisibilidade do clima, nas pragas, na inexistência de sensores que medem a humidade da planta, quantidade de nutrientes e todos os sinais vitais do solo, em tempo real.
De acordo com Gospel Fita, África já utiliza tecnologia para a agricultura. “O Quénia, por exemplo, utiliza sensores que fazem acompanhamento do solo e das plantas, enviam para as nuvens e, a partir daí, o agricultor não se limita só aos sinais vitais, como também recebe recomendação de como é que ele deve proceder, face ao estado das informações”, disse.
O CEO da Tecno Society referiu ainda que no Quénia há também empresas que utilizam drones para identificar áreas onde há falhas de plantio, focos de praga e área de inteligência artificial que faz reconhecimento de padrões e tendências.
No final do debate, o intervenientes apontaram como soluções para o desenvolvimento da agricultura, com recurso às tecnologias emergentes, a utilização de satélite de observação e de meteorologia; a capacitação dos agricultores com ferramentas simples, a boa conectividade e a expansão da internet às comunidades rurais.
Conversas 4.0 é um programa radiofónico da Luanda Antena Comercial (LAC) que promove um ambiente de diálogo, com especialistas dos mais variados sectores, com conhecimento das TIC. Acontece todas as terças-feiras, às 10 horas, sob moderação de Edilson Almeida.
Já assistiu aos nossos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal clicando aqui !!!