O porta-voz da Microsoft, Frank Shaw, sugeriu nesta segunda-feira (22) aos órgãos de comunicação social norte-americanos que um acordo assinado em 2009 com a Comissão Europeia terá sido o principal responsável pela falha informática generalizada que acorreu na passada sexta-feira (19).
De acordo com o porta-voz da Microsoft, o acordo de 2009 dá aos fabricantes de software de segurança o mesmo nível de acesso ao Windows que a Microsoft tem. Este acordo destinava-se a contrariar a posição monopolista da Microsoft, nomeadamente nos navegadores Web.
O referido acordo, segundo a explicação de Shaw, impediu a Microsoft de fazer alterações de segurança que teriam bloqueado a actualização da empresa de cibersegurança Crowdstrike, causando falha em cerca de 8,5 milhões de computadores.
A Microsoft referiu, por outro lado, que no momento da falha do sistema Falcon, o Windows Defender, a sua alternativa interna ao CrowdStrike, foi incapaz de actuar devido ao acordo de 2009 celebrado para evitar uma investigação europeia em matéria de concorrência, o que permitiu que vários fornecedores de segurança instalassem software ao nível do kernel.
Em declarações à Euronews, o porta-voz da Comissão Europeia, Delphine Colard, respondeu às acusações da Microsoft, dizendo que a gigante tecnológica nunca levantou quaisquer preocupações sobre segurança com a Comissão, nem antes nem depois do incidente.
A Microsoft confirmou que cerca de 8,5 milhões de dispositivos Windows foram afectados pela interrupção, afirmando que se trata de menos de 1% de todas as máquinas que utilizam o software. No entanto, a Microsoft afirmou que houve grandes impactos porque o CrowdStrike é amplamente utilizado pelas empresas.