O Presidente da República, João Lourenço, autorizou por despacho, a construção do novo satélite angolano de observação da Terra, avaliado em mais de 194 mil milhões de kwanzas. As aplicações do novo satélite vão desde o estímulo a produtividade agrícola, monitoramento da desflorestação, obras de construção e detecção de derrames de petróleo e de navios.
De acordo com o referido despacho, 85% do valor da materialização do projecto também conhecido por ANGEO-1 vai ter a cobertura da Agência de Crédito à Exportação Francesa, Bpifrance AE e será construído pela Airbus Defence and Space, em França.
Na previsão do governo, o ANGEO-1 terá capacidade para fazer mais de mil imagens de alta resolução por dia, com extrema capacidade de aquisição, com vista à cobertura local, nacional e regional, sendo eficiente para as principais aplicações angolanas. Em termos de benefícios, o aparelho visa contribuir para o desenvolvimento das infra-estruturas, mapeamento de recursos naturais, vigilância marítima, pescas, agricultura e no apoio ao Censo Populacional.
No contrato assinado entre o Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social e a Airbus Defence and Space, de acordo com uma nota publicada em Março de 2023, refere que faz parte a formação de pelo menos 15 especialistas angolanos, que serão treinados para operar o ANGEO-1.
No domínio académico, refere a nota, dar-se-á continuidade às formações nos graus de mestre e doutoramento no domínio espacial, uma acção que busca dar continuidade ao programa de construção, reforço e alargamento das competências internas através de programas de transferência de conhecimento e treinamento direcionado.
A materialização deste projecto coloca Angola a caminho do terceiro lançamento de um satélite e o segundo que o país poderá ter nos próximos anos, depois do lançamento do Angosat-2 gerido pelo Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional, órgão afecto ao Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social de Angola.