O Ministério da Saúde do Quénia apresentou na última semana uma plataforma tecnológica, criada para unificar os registos médicos em hospitais públicos de todo o país. Conhecida como “tibERbu”, a plataforma permite que os médicos recuperem vários relatórios do sistema para uma tomada de decisão clínica mais eficiente.
De acordo com a secretária de Gabinete do Ministério da Saúde do Quénia, Susan Nakhumicha, a plataforma foi desenvolvida localmente pela Konza Technopolis e está alinhada a estratégia nacional de saúde do país. As autoridades esperam agora que o “tibERbu” sirva de ponto único de informação para médicos e enfermeiros acessarem registos digitais de pacientes durante as visitas hospitalares, de forma a se economizar o tempo e melhorar os diagnósticos médicos.
Segundo, o gestor da Autoridade de Desenvolvimento da Konza Technopolis, Lucas Omollo, a plataforma possui dois componentes de destaque: a “Rede de Atenção Primária” e a rede de “Registo Médico Electrónico”, que segundo o responsável, já foram implementados com sucesso em vários hospitais do Quénia.
“O tibERbu cobre vários pontos de atendimento no hospital, incluindo registo, triagem, departamento de pacientes ambulatórios, departamento de pacientes internados, clínicas especializadas e outros serviços de suporte como faturamento e inventário. Ele permite que os médicos recuperem vários relatórios do sistema para uma tomada de decisão clínica eficiente, entre outros, ao administrar hospitais e gerir pacientes”, disse.
As autoridades quenianas asseguram que a plataforma tecnológica foi projectada com autenticação rigorosa, para proteger os dados dos pacientes.
“A entrada ao sistema é baseado nos direitos de acesso do utilizador. É necessário ter um nome de utilizador e senha para aceder o sistema. Os utilizadores do sistema têm privilégios diferentes com base em suas funções no sistema,” explicou a secretária de Gabinete do Ministério da Saúde do Quénia, Susan Nakhumicha.
Em Angola, medidas similares são apontadas como necessárias no quadro da digitalização dos serviços de saúde. Em Setembro último, durante o evento TechInsight by ADF, vários especialistas chamaram atenção para os desafios relacionados ao sector da saúde em Angola, especificamente no que a informatização dos serviços diz respeito.
Na altura, o CEO da ETIC, Filipe Retke, o director geral da TIS TECH, William Oliveira, e a presidente do Conselho de Gerência da INTELLECTUS – Formação e Gestão, Neusa Semedo Colsoul, foram unânimes em defender que a informatização dos serviços no sector da saúde constitui um passo fundamental num mundo em que as decisões médicas baseiam-se cada vez mais em dados gerados e transferidos por via de sistemas tecnológicos.
A este posicionamento, Neusa Semedo Colsoul acrescentou dizendo que a existência de bases de dados nas clínicas e hospitais, associadas a uma base de dados central, ajudaria a resolver muitos casos e, em algumas situações, mortes seriam evitadas, pois, explica, a informação médica dos pacientes estaria disponível à distância de um clique tão logo dessem entrada nas unidades de saúde.
Já assistiu aos nossos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal clicando aqui !!!