Saúde: informatização dos serviços ainda é um desafio abrangente em Angola

Especialistas angolanos divergem sobre o potencial da IA em relação aos humanos

Abordando o processo de informatização de alguns sectores-chave ao nível do país, os participantes do primeiro painel do TechInsight by ADF, evento realizado nesta terça-feira (12) em Luanda pelo Portal de T.I em parceria com a Mwango Brain, chamaram atenção para alguns desafios relacionados ao sector da saúde, especificamente no que a informatização dos serviços diz respeito.

Segundo o CEO da ETIC, Filipe Retke, a compreensão sobre o que é a informatização de processos, especificamente no sector da saúde, ainda é uma questão pouco esclarecida, visto que para muitos dos gestores clínicos trata-se apenas de substituir a produção de documentos em papel pelo Microsoft World.

“É impossível ter certas coisas tecnológicas quando você tem pessoas que pensam que por ter computador estão informatizadas. O facto de ter computador não significa que eu estou informatizado, mas para boa parte dos gestores clínicos do país é isso que significa,” declarou.

De acordo com Felipe Retke, o desafio da informatização no sector da saúde é abrangente, sobretudo considerando que maior parte dos hospitais públicos e privados no país não contam sequer com uma base de dados estruturada (prontuário electrónico).

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“A maior parte tem uma área chamada de departamento de estatística, que é uma sala cheia de papéis e pastas usadas para preencher planilhas no Microsoft Excel. Não têm base de dados estruturadas,” disse.

Para o director geral da TIS TECH, William Oliveira, o desafio da informatização e da adopção abrangente de outras tecnologias, como a inteligência artificial, no sector da saúde em Angola, não se deve a uma barreira tecnológica, mas sim à falta de visão estratégica e de processos.

A informatização dos serviços no sector da saúde é um passo fundamental num mundo em que as decisões médicas baseiam-se cada vez mais em dados gerados e transferidos por via de sistemas tecnológicos.

É o que também defende a presidente do Conselho de Gerência da INTELLECTUS – Formação e Gestão, Neusa Semedo Colsoul, para quem a existência de bases de dados nas clínicas e hospitais, associadas a uma base de dados central, ajudaria a resolver muitos casos e, em algumas situações, mortes seriam evitadas, pois, explica, a informação médica dos pacientes estaria disponível à distância de um clique tão logo dessem entrada nas unidades de saúdes.

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Os três prelectores participaram do painel “Inteligência Artificial e o Futuro dos Negócios”, onde abordaram as aplicações práticas da inteligência artificial (IA) em diversos sectores como saúde, vendas, finanças e manufactura, bem como as tendências emergentes, desafios e oportunidades da IA, incluindo aprendizagem de máquina, processamento de linguagem natural e visão computacional.

O TechInsight by ADF é uma iniciativa abrangente sobre tecnologias da Indústria 4.0 e promete impactar o sector governamental, empresas dos sectores das telecomunicações e tecnologias, finanças, petróleo e gás, energias, indústria, investidores, empreendedores e académicos.

 

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