Se o seu telemóvel perde muita carga em pouco tempo, enquanto está no Facebook ou no Messenger, talvez não se trate apenas de um problema comum de bateria. George Hayward, um antigo cientista de dados da Meta que trabalhava no Messenger, garante que a empresa de Mark Zuckerberg reduz, deliberadamente, a carga do telemóvel de quem utiliza os aplicativos Facebook e Messenger.
A prática, segundo o ex-funcionário, é conhecida como “teste negativo” e permite que a Meta reduza a carga da bateria do utilizador do aplicativo sob pretexto de testes para melhoria de serviços, incremento de recursos, testes para verificar a rapidez com que o aplicativo é executado ou ainda a rapidez de carregamento de uma imagem.
George Hayward, que trabalhava na Meta desde 2019, afirma ter se negado a colaborar destes testes e teria sido essa a razão da sua demissão. O cientista de dados diz desconhecer o número total de utilizadores afectados pelos “testes negativos” com o aplicativo do Facebook, não tendo também especificado como os utilizadores eram escolhidos.
“Eu disse à gerente: isso pode prejudicar alguém, e ela disse que prejudicar alguns poucos pode ajudar as grandes massas. […] Recusei-me a participar destes testes, mas acontece que, se você disser ao seu chefe ‘não, isso é ilegal’, as coisas não correm muito bem. Eu nunca vi um documento tão horrível na minha carreira”, comentou o cientista ao New York Post.
O George Hayward procura agora dar continuidade a um processo judicial levantado contra a tecnológica, por considerar que reduzir a bateria de um utilizador pode colocá-lo em risco. Ele explica que, por si só, reduzir a autonomia de um dispositivo não causa problemas, no entanto, em circunstâncias em que o telemóvel se faz necessário para se comunicar, como no caso de uma emergência, ter o dispositivo ligado é importante. Enquanto isso, a Meta, empresa acusada, ainda não se pronunciou sobre o assunto.
Já assistiu aos nossos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal clicando aqui !!!