A Partilha de Infra-estrutura de Telecomunicações. As duas faces da mesma Moeda

Créditos: D.R

Por: Eric Dario de Palma Martins
Engenheiro de Telecomunicações e profissional a nível de redes Cisco (CCNP).

Num mundo tão competitivo como nos dias de hoje, a partilha de conhecimento, bem como a de infra-estrutura, torna-se vital para evolução e progressão de indicadores fortemente identificados a nível da disponibilidade dos serviços, tendo como condição sine qua no a qualidade dos serviços de telecomunicações. No decreto presidencial Nº 166/14 de 10 de julho, já se faz sentir uma vontade implícita no que tange ao compartilhamento de infra-estrutura bem como a sua importância para o desenvolvimento tecnológico do País.

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O ITU, no seu oitavo simpósio para reguladores GSR (Global Symposium for regulators), auferiu que em países em desenvolvimento a telefonia móvel tem sido fundamental para tornar os serviços disponíveis. Com muito para se fazer, pretende-se aumentar a penetração dos serviços móveis com destaque para as áreas rurais. Mas, o altíssimo custo de infra-estrutura, leva consequentemente a um preço elevado onde as operadoras o fazem no intuito de recuperar o seu investimento. As empresas de telecomunicações em Africa podem vivenciar uma redução nas despesas de capital até 60%, reduzindo as necessidades individuais que consequentemente reduzirá o período de retorno de investimento. Conceitos e novas empresas importantes vão surgindo tal como Towerco(Tower companies-empresas de Torres) que são instituições que gerem infra-estruturas das torres de telecomunicações, sem serem proprietárias das mesmas, mas avaliam a sua eficiência, produtividade e gestão consequentemente.

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Fonte: ITU.

Descrição: Gráfico comparativo entre a partilha de infra-estrutura de telecomunicações em redes fixas & redes moveis a nível Mundial.

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 Aqui estão algumas vantagens da partilha de infra-estrutura:

  1. Diminuição de despesas operacionais (partilhando custos de manutenção, segurança e energia);

  • Uma grande vantagem é a poupança na instalação e no O&M de uma nova infra-estrutura, onde implicitamente a carga de trabalho e outros factores operacionais podem ser reduzidos. Algumas empresas invocam estratégias de possuir menos propriedades no extracto da empresa para obter mais lucros.

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  1. Redução do impacto visual e ambiental;

  • Usando menos torres de telecomunicações, implicitamente estaremos a usar menos material de construção; haverá diminuição da ocupação territorial e se usará menos recursos energéticos (menos emissão de carbono).

Os potencias riscos desta implementação tem a ver com os conflitos entre os parceiros, incompatibilidades técnicas, disputas, aumento de ataques cibernéticos, etc.

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A partilha de infra-estrutura pode ser de forma:

Passiva: Torres, sites, postes, fontes de energia e etc.

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Activa: partilha de equipamentos de transmissão (Hubs, Routers, Cabos de fibra óptica, Hardware, Antenas, etc).

Vale realçar que, o diploma associado ao decreto, tem se inclinado mais à   infra-estrutura passiva, dando uma cobertura de partilha de elementos activos (com olhos numa actualização da legislação) no entanto evidencia-se já 5 modelos de partilha nomeadamente:

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  1. Um operador partilha sua infra-estrutura com outro(A).
  2. Dois ou mais operadores estabelecem acordo para construção de uma infra-estrutura(B)
  3. O Arrendamento de terceiros ás infra-estruturas de telecomunicações. (C)

No caso específico do nosso país, foi criado o comité para partilha de infra-estrutura de Telecomunicações o INFRACOM que tem como missão:

  • Registo de infra-estruturas partilhadas.
  • Poder de resolução dos possíveis conflitos entre os provedores.
  • Ser o coordenador estabelecendo estratégias.

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Os membros até agora são Unitel, Angola Telecom, Angola Cables, CA TELECOM, Movicel, Multitel, Mundo Startel, MSTelcom, PRODEL-EP, ENDE-EP, RNT-EP, ITA e EPAL.

Para o nosso país, será vantajoso uma vez que vivenciamos uma fernética expansão de infra-estrutura. Reutilizando infra-estruturas já existentes,   poderemos estar presentes a uma aceleração na taxa de penetração dos serviços de telecomunicações o que irá massificar a inclusão digital podendo também resolver o problema de iliteracia tecnológica em Angola.

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